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Ação da C&A não brilha e sai no menor preço proposto em IPO

24 out 2019, 19:41 - atualizado em 24 out 2019, 19:44
C&A
A varejista de moda rápida apresentou uma oferta controversa, na qual 94% de todo valor levantado será utilizado para remunerar o controlador (Imagem: Facebook da C&A)

Por Investing.com

A oferta primária da C&A foi precificada a R$ 16,50, piso da faixa de preços que ia até R$ 20 por papel CEAB3. A informação é do Broadcast.

A varejista de moda rápida apresentou uma oferta controversa, na qual 94% de todo valor levantado será utilizado para remunerar o controlador, seja por oferta secundária ou pagamento de dívida da unidade brasileira.

O formato do IPO e o fraco desempenho frente a competidores como Lojas Renner (LREN3) e Guararapes (GUAR3) desestimulou analistas. Em levantamento feito pelo Investing.com, apenas a Eleven Financial recomendou compra, se a oferta saísse pelo piso, com preço alvo de R$ 22,10. Suno, Levante, Nord e Capital Research optaram por não recomendar.

O papel será negociado na B3 (B3SA3) a partir de 28 de outubro.

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Avaliação

Além da destinação dos recursos, a área operacional da C&A também é colocada em xeque pelos analistas.

“Existem empresas com uma melhor capacidade de execução e crescimento como Lojas Renner e Guararapes, que possui a rede Riachuelo”, escreveu Eduardo Guimarães, especialista em ações da Levante, em artigo exclusivo para o Investing.com.

O comparativo com lojas de varejo como a Renner desanimou os investidores (Imagem: Money Times)

A C&A registrou um número estável de lojas nos últimos quatro anos, com um crescimento de receita líquida de 8,1% entre 2016 e 2018. Em levantamento feito pela Eleven Reseach, a companhia fica atrás dos 19,7% da Riachuelo e os 28,5% da Renner, benchmark do setor, em igual período.

Nas vendas em mesmas lojas, um indicador importante para o varejo, a C&A também mostra sinais de que a recuperação ainda não começou. As vendas subiram apenas 2,5% no ano passado, contra 2017, e 2,8% no primeiro semestre de 2019, ante igual período de 2018.

A margem da C&A também está bem atrás das duas líderes do setor. Com 49% de margem bruta, a varejista perde para os 53% da Riachuelo e 57% da Renner.

A área digital da C&A também segue atrás da concorrência. Apenas 2,4% das compras vêm do online. O click-and-collect, quando o cliente compra online e retira na loja, o que aumenta as chances de mais vendas na loja física, fica na casa dos 17%, comparado à 25% da Guararapes e 27% da Renner.