Ação da BRF tem desconto de 40%, mas nem isso empolga o BTG Pactual
Procurar pechinchas em meio à pandemia de coronavírus é uma das tarefas dos analistas de mercado, nos últimos dias. Algumas empresas estão realmente baratas, quando se considera a média histórica de suas cotações.
Mas, isso não quer dizer que você deve comprá-las. É o caso da BRF (BRFS3) – pelo menos, essa é a tese do BTG Pactual.
Thiago Duarte e Henrique Brustolin, que assinam o relatório do banco, explicam que o recente rali de vendas, que derrubou o Ibovespa, também baixou o preço da BRF para o equivalente a 6 vezes a relação valor da empresa sobre ebitda projetado para 2020 (VE/Ebitda 2020).
Isso corresponde a 40% da sua média histórica. É ainda mais expressivo, quando se considera que o BTG Pactual calcula o preço-alvo da BRF em R$ 23, o que significa um potencial de valorização de 64% sobre a cotação de referência do banco.
Mas, nada disso impressiona a dupla de analistas, que reitera sua recomendação neutra para os papéis. Primeiro, porque o desempenho da BRF tem se tornado cada vez mais pró-cíclica, isto é, colada na curva da economia em geral.
O BTG Pactual prefere, por isso, recomendar empresas que apresentem uma combinação mais positiva de momento operacional, alavancagem e geração de caixa, sob o novo cenário de margens correntes e projetadas.