Ação da BRF deve subir quando mercado perceber que subestimou margem bruta
O mercado está precificando uma margem bruta para a BRF (BRFS3) mais baixa do que os analistas da Ágora Investimentos acreditam que a companhia poderá atingir neste ano. A corretora reforçou a compra da ação da empresa frigorífica, com preço-alvo de 32, dado o cenário positivo da alta dos preços dos alimentos processados.
“A BRF poderá alcançar 25% de margem bruta no Brasil no primeiro trimestre de 2021 (por meio de aumentos de preços de alimentos processados), o trimestre com o maior aumento esperado nos custos de matéria-prima por tonelada em 2021 (28% na comparação com igual período do ano anterior), o que será um gatilho positivo para a ação”, defenderam os analistas Leandro Fontanesi e Ricardo França, em relatório divulgado ontem.
Pelas estimativas da Ágora, o mercado está precificando uma margem bruta de aproximadamente 23% para 2021.
No relatório, os analistas citaram os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a fevereiro.
A Ágora destacou que o índice de preços de alimentos processados avançou 18% no mês ante o mesmo período de 2020. Fevereiro foi o décimo mês consecutivo de aceleração.
“Os dados de inflação recentes apoiam nosso cenário base de que a BRF pode aumentar os preços dos alimentos processados em 23% no primeiro trimestre de 2021, que é o que estimamos ser necessário para a empresa compensar o aumento material nos custos dos grãos e alcançar margem bruta de 25% para a operação brasileira”, reforçaram Fontanesi e França.