Ação da BRF deve driblar resultado “agridoce” e salto no preço dos grãos

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18 maio 2021, 8:10 - atualizado em 18 maio 2021, 8:10

A BRF tem enfrentado desde o início do ano uma forte pressão, assim como todo o setor, por conta da alta dos preços dos grãos básicos para a produção das rações dos animais (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

soja — A BRF tem enfrentado desde o início do ano uma forte pressão, assim como todo o setor, por conta da alta dos preços dos grãos básicos para a produção das rações dos animais (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Os números da BRF (BRFS3) durante o primeiro trimestre de 2021 deixaram um gosto “agridoce” no paladar dos analistas de mercado, que se debruçaram em analisar as operações da empresa, dona das marcas Sadia e Perdigão e uma das maiores companhias de alimentos do mundo.

A BRF reportou lucro líquido de r$ 22,4 milhões no período, cifra abaixo da projeção de analistas, que esperavam 112,7 milhões. Ainda assim, a companhia foi capaz de reverter o prejuízo registrado um ano antes, na ordem de R$ 38 milhões.

“Embora a BRF tenha sido capaz de reverter seu prejuízo reportado um ano antes, a sua performance ficou muito aquém da média do setor, principalmente por conta da forte alta no preço de milho e soja, além de ter aumentado a sua alavancagem “, comenta o analista Luis Sales, da Guide Investimentos, prevendo reação negativa das ações.

O especialista reforça que a companhia tem enfrentado desde o início do ano uma forte pressão, assim como todo o setor, por conta da alta dos preços dos grãos básicos para a produção das rações dos animais.

Mesmo diante de grãos mais caros, a XP Investimentos afirma que a tese de investimentos para a BRF não mudou, à medida que a processadora de alimentos compensa com sua estratégia de valor agregado aos produtos.

“A BRF conseguiu aumentar os preços de seus produtos em 20% no trimestre em nível consolidado: um forte desempenho considerando a frágil situação econômica do Brasil“, destacam os analistas Leonrado Alencar e Larissa Pérez, que assinam o relatório da corretora.

Na mesma toada, o Bank of America acredita que, apesar do cenário desafiador dada a alta dos grãos, os efeitos à BRF devem ser mitigados com melhores volumes de exportações.

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