Ação da Azul sobe 6,7% na estreia com liberação para estrangeiros, que virá em projeto de lei
Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini
As ações da Azul Linhas Aéreas estrearam hoje no mercado acionário da B3 em alta e com forte volume negociado. Os papéis tiveram a sétima maior movimentação do dia na bolsa, com R$ 292,3 milhões, superando papéis tradicionais como o da bolsa, que girou R$ 264 milhões. O papel, que foi lançado a R$ 21 ontem, fechou em R$ 22,40, em alta de 6,67%. A alta foi motivada em boa parte pelo anúncio do Ministério do Turismo de que o presidente Michel Temer assinaria hoje uma medida provisória eliminando o limite de 20% para capital estrangeiro nas empresas aéreas brasileiras.
A medida é uma reivindicação antiga do setor, que com isso poderia fechar parcerias com estrangeiros e melhorar seu capital. Mas o assunto é polêmico pois setores da Aeronáutica consideram o setor estratégico para a segurança nacional. E outros consideram que o Brasil só deveria abrir seu mercado para os estrangeiros se houvesse reciprocidade, já que vários países têm restrições para o capital externo na aviação. Provavelmente, o presidente foi alertado que a Medida Provisória poderia criar descontentamento no Congresso e resolveu dividir a responsabilidade da mudança com os parlamentares.
Mudança de MP para projeto de lei
Até o fim do dia, porém, a medida não havia sido divulgada e, às 17h45, a Agência Estado divulgou nota informando que o presidente teria desistido da medida provisória e enviaria um projeto de lei para o Congresso propondo as mudanças. O projeto de lei será mais demorado que uma MP, que passaria a ter validade imediata. Segundo a nota, a Casa Civil informou que será pedido aos líderes da base aliada a aprovação de um requerimento de urgência para o projeto.
Queda no after market
A mudança não afetou a ação da Azul porque, como papel estreante, ela não tem negociação após o fechamento, o after Market. Já a Gol, que vinha subindo com força durante o dia por conta da mudança, recuou 2% no after Market, variação máxima permitida para os papéis nesse pregão. No pregão normal, o papel havia subido 6,63% e fechado a R$ 10,30. No after Market, caiu para 10,30.
A expectativa é que o ajuste dos preços dos dois papéis continue amanhã, provavelmente para baixo.