Ação da Ambev não deve ser beneficiada por problemas da Heineken com fábrica de Alagoinhas
Um problema na maior fábrica da Heineken no Brasil, em Alagoinhas, na Bahia, tem trazido dor de cabeça para a empresa: uma decisão do STJ (Supremo Tribunal Federal) fez com que a cervejaria perdesse o direito de explorar a água que abastece o complexo industrial.
A ação foi perpetrada pelo empresário Maurício Britto Marcellino da Silva e corre na justiça há 26 anos. Agora, executivos da Heineken correm contra o tempo para tentar achar uma solução e evitar o fechamento da planta.
Uma das opções, segundo reportagem da Veja, é a compra dos direitos do empresário, já que a importação de água de outro lugar seria inviável. Recorrer na Justiça também está fora de questão, pois a decisão foi julgado e transitado, ou seja, não cabe recursos. De acordo com a consultoria Duff & Phelps, a compra custaria R$ 900 milhões para a Heineken.
A Ágora, em relatório enviado a clientes, não está assumindo impacto para a Ambev (ABEV3), que possui recomendação neutra e preço-alvo de R$ 15,50.
Porém, nota a corretora, a Heineken tem 14 fábricas de cerveja no Brasil (aproximadamente 20% de participação de mercado), das quais a fábrica de Alagoinhas é a maior e, portanto, quaisquer problemas com a capacidade desta fábrica podem beneficiar a Ambev na frente competitiva.
A Heineken enviou um comunicado para a Veja afirmando que em hipótese alguma sua fábrica em Alagoinhas será desativada. A companhia holandesa já investiu cerca de R$ 215 milhões na fábrica desde que foi inaugurada em 2010.