Ação barata e resiliente: o que esperar do Grupo Mateus?
Enquanto grandes grupos do varejo alimentar, como Carrefour (CRFB3) e Pão de Açúcar (PCAR3), patinam diante de um cenário mais difícil, o Grupo Mateus (GMAT3) mostra que segue firme em sua expansão.
Apesar da queda de 9,4% no lucro líquido do terceiro trimestre, analistas pontuaram que a empresa cresceu, mesmo com entraves econômicos, como a alta da inflação e o fim do auxílio emergencial.
“O Grupo Mateus anunciou os números resilientes do terceiro trimestre em meio a uma perspectiva top down mais desafiadora”, afirma o BTG.
O banco lembra que a rede abriu oito novas lojas no trimestre (quatro no Piauí, três no Pará e uma no Ceará), totalizando 45 nos últimos 12 meses. Segundo a empresa, suas lojas inauguradas desde o quarto trimestre estão com desempenho melhor do que as lojas maduras e já respondem por 21% da receita bruta.
Mesmo com a menor cobertura do auxílio emergencial e uma base de comparação difícil (24% de SSS no 3T20), o crescimento de SSS (vendas nas mesmas lojas) foi de 1,5% no terceiro trimestre e 4,7% no acumulado do ano, “comprovando a resiliência das operações do GMAT”.
Do lado negativo, a Ativa destaca a margem bruta, que caiu 0,3 ponto percentual no ano, enquanto a margem Ebitda encolheu 1,3 ponto percentual — “impactadas pela expansão do atacarejo e pela inflação, respectivamente, e representando um ponto de atenção para os próximos trimestres”.
O BB Investimentos lembra ainda que a rentabilidade foi prejudicada pelo reconhecimento de outras despesas operacionais no montante de R$ 54,5 milhões, relacionados principalmente ao parcelamento do ICMS em função de um estorno de crédito de ICMS no período de 2016 a 2020.
No que se refere ao seu endividamento, o BB observa que a companhia se encontra em sólida posição de caixa líquido equivalente a 0,38x o Ebitda Ajustado, beneficiada pela entrada de recursos do IPO e amortização de empréstimos ao final de 2020.
“O Grupo Mateus segue firme na sua estratégia de expansão e adensamento de rotas já existentes, aproveitando-se de suas fortalezas para manter uma rentabilidade superior à dos pares”, completa a analista Georgia Jorge.
Ainda segundo o BTG, o conhecimento local e a escala da empresa funcionam como barreiras de entrada importantes nos mercados em que opera, “enquanto suas perspectivas de crescimento de longo prazo parecem sólidas (28% de CAGR de lucro líquido até 2025) graças ao seu plano de expansão agressivo”.
Veja as recomendações
Corretora | Recomendação | Preço-alvo | Potencial |
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Ativa | Compra | R$ 10,9 | 51% |
BTG | Compra | R$ 13 | 81% |
BB Investimentos | Compra | R$ 11,6 | 61% |