AgroTimes

Ação agro que é tudo de bom e analistas indicam: firme, forte e sem freio

12 ago 2021, 14:31 - atualizado em 12 ago 2021, 14:38
jbs
Busca por diversificação geográfica e de portfólio ainda levará a companhia agro longe, apontam analistas (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

A JBS (JBSS3) não larga os holofotes por nada e, desta vez, o resultado da empresa no segundo trimestre fala por si só: firme, forte e sem freio. A segunda maior companhia de alimentos do mundo lucrou recorde de R$ 4,4 bilhões, salto de quase 30% em um ano.

A XP Investimentos já revela de cara que a ação da JBS é a sua principal escolha no agronegócio brasileiro, que ainda vai distribuir R$ 2,5 bilhões em dividendos no mês.

Enquanto as receitas aumentaram em todas as operações, no comparativo trimestral houve melhora no EBITDA da JBS USA Beef (o que já era esperado), na Pilgrim’s Pride (resultado reportado ao final de julho e já absorvido pelo mercado) e JBS Brasil (que foi uma surpresa positiva), destaca a corretora.

“A busca da JBS por diversificação geográfica e de portfólio é algo que enxergamos como positiva, aproveitando o momento positivo nas operações dos EUA para expandir em novas frentes, enquanto mantém uma alavancagem historicamente baixa (1,73 vez em dólar)”, comentam os analistas Leonardo Alencar e Larissa Pérez.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da JBS atingiu máxima histórica ao fechar o trimestre em r$ 11,7 bilhões, avanço de 10,3% na mesma base de comparação.

O balanço da JBS também amassou as expectativas da Genial Investimentos, conforme relatório obtido pelo Agro Times, que por sinal já eram bastante otimistas.

“Continuamos vendo grande potencial de valorização e, portanto, reforçamos a nossa recomendação de compra. O trimestre foi puxado principalmente por uma das unidades de negócio situada nos EUA: a JBS USA Beef, que teve um aumento de 21,3% anual de receita, chegando a US$ 6,7 bilhões, equivalente a R$ 35,7 bilhões”, frisam os especialistas da corretora Adriano Castro e Vitor Sousa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Fome de M&As

Apetite voraz, somado ao forte desempenho operacional, se traduzem em expressivo retorno aos acionistas da JBS (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O trimestre passado também pontou bem a fome da JBS por fusões & aquisições (M&As, na sigla em inglês).

Na avaliação do BTG Pactual, as ambições de crescimento estão mais fortes do que nunca, com aproximadamente R$ 13,3 bilhões aplicados em aquisições desde 2019, além de outras iniciativas orgânicas relevantes.

Na mesma toada, o Bank of America evidencia o apetite voraz da JBS, somado ao forte desempenho operacional, traduzidos em expressivo retorno aos investidores.

“Quando somado o anúncio de R$ 2,5 bilhões em dividendos intermediários, que serão pagos no próximo dia 24 de agosto, o dividend yield (rendimento dos dividendos) da JBS chega a 9% ao ano [bem superior ao atual nível da Selic em 5,25%]”, enfatiza o banco norte-americano.

Outra instituição estrangeira de prestígio, o Credit Suisse, espera uma reação ligeiramente positiva do mercado e segue otimista com a ação dado o momentum operacional bastante sólido, considerando valuation de 5,5 vezes o Valor de Firma/Ebitda Ajustado em 2022 da JBS.

A receita líquida consolidada da JBS subiu 26,7% entre abril a junho, na comparação anual. O saldo foi de R$ 85,6 bilhões.

“Tanto a JBS Brasil como a JBS US Beef e JBS Pork tiveram resultados bons em exportações, dado a resiliente demanda chinesa pela carne bovina e o persistente problema da gripe suína africana, que dificulta a recomposição do rebanho suíno na China“, explica o analista da Ativa Investimentos, Sergio Berruezo.

Veja a seguir as recomendações reunidas pelo Agro Times sobre a JBS (JBSS3):

Recomendação Preço-alvo (R$) Potencial (%)
Ágora Compra 38 15
Ativa Compra 38 15
Bank of America Compra 50 51
BTG Pactual Compra
Credit Suisse Compra
Genial Compra 42 27
XP Investimentos Compra 40 21

Entrevista: como investir em agro em 2021?