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Acabou o gás do Ibovespa? Índice entra em zona de risco e pode perder viés de alta

07 ago 2023, 8:25 - atualizado em 07 ago 2023, 8:23
Ibovespa
Ibovespa deve permanecer “de lado” se perder os 115.700 pontos, diz analista (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa fechou a primeira semana de agosto em queda de 0,56% e voltou ao patamar dos 119 mil pontos. Na última sessão, o IBOV recuou 0,89%, a 119.507 pontos, consolidando o quarto pregão seguido de contração.

A performance do principal índice da Bolsa brasileira no período contraria o que era observado nas últimas semanas: o Ibovespa vem de quatros meses consecutivos de valorização. No entanto, ao perder a faixa dos 119.600 pontos, mínima da última semana de julho, ele pode ter entrado em uma zona de risco.

De acordo com o analista Beto Assad, a perda desse patamar é o primeiro sinal de reversão da tendência de alta no curto prazo. Apesar disso, o índice ainda segue em um viés mais positivo.

O que faria, de fato, o Ibovespa inverter a tendência otimista é cair para baixo do último fundo do gráfico semanal, em 115.700 pontos, avalia o analista.

“O Ibovespa se encontrava em uma importante faixa de resistência, perto dos 121 mil pontos, e um aumento de liquidez nessa região poderia favorecer a realização de lucros por parte dos comprados”, explica.

Como fechou a última semana em queda, acendendo um sinal de reversão, aumentam as chances do IBOV permanecer em um movimento “de lado” por um período maior, diz Assad.

No longo prazo, assim como no gráfico mensal, o principal indicador da B3 trabalha de forma lateral desde o ano passado, com suporte na faixa de 100 mil pontos.

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Por que o Ibovespa não animou com o corte da Selic?

Mesmo com o corte de 0,50 ponto percentual da Selic na semana passada, o Ibovespa não se animou. De acordo com o analista Beto Assad, grande parte da última pernada de alta do índice já tinha precificado um corte na taxa básica de juros.

Além disso, de acordo com analistas consultados pelo Money Times, apesar do otimismo com o cenário interno, o indicador da Bolsa brasileira não conseguiu vencer o pessimismo externo.

“Os dados na China vieram ruins e está puxando minério para baixo. Além disso, dados da Europa desanimaram os mercados e depois ainda teve dado ruim nos EUA“, explica Bruno Komura, da Ouro Preto Investimentos.