Dólar busca os R$ 5,30 e Ibovespa futuro amplia queda em sexta-feira agitada
O Ibovespa futuro abriu esta sexta-feira (10) em queda de 0,17%, aos 107.900 pontos. Na véspera, o índice futuro fechou com desvalorização de 2,13%, valendo 108.080 pontos.
Hoje, o mercado acompanha o encontro de Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden. A primeira visita do presidente aos Estados Unidos desde a posse busca retomar as relações com o país. Do outro lado do mundo, na China, rola uma dança das cadeiras no Banco dos Brics. Segundo Lauro Jardim, colunista do O Globo, Marcos Troyjo já teria organizado sua saída.
Ainda nesta manhã, o dólar operava em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,3060. Com poucos minutos de pregão, a moeda norte-americana perdia forças e recuava 0,13%, a R$ 5,2844.
Na quinta-feira (9), a divisa era vendida a R$ 5,27 — maior patamar para encerramento desde 5 de janeiro. O dólar avançou acentuadamente, com investidores retomando movimento de busca por proteção em meio a riscos de que o Banco Central concorde com uma revisão das metas de inflação do Brasil após críticas do presidente Lula e aliados à condução da política monetária.
Mercados hoje
Ibovespa hoje cai com boato e com o fato: metas de inflação e Bradesco (BBDC4) no radar
O Ibovespa (IBOV) deve ter um pregão sem cara de sexta-feira hoje. O rumor de revisão das metas de inflação já na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no dia 16, combinado com o ‘show de horror’ apresentado pelo Bradesco (BBDC4) ontem à noite devem marcar o dia.
Portanto, tanto no boato quanto com o fato sobram motivos para o Ibovespa manter a aversão ao risco percebida já na quinta-feira. A diferença é que, de um lado, o Bradesco resolveu se proteger, provisionando 100% do impacto do rombo da Americanas (AMER3) no resultado do banco.
De outro, os investidores não querem aceitar o debate sobre o alvo perseguido pelo Banco Central em relação à inflação. Por mais que já fazem três anos que o Brasil simplesmente não consegue cumprir a meta, tendo ultrapassado o centro em dois deles, os mercados resistem em colocar a discussão em pauta.
*Com Olívia Bulla e Reuters