Mercados

Dólar testa fôlego após baque com PEC da Transição e Ibovespa futuro amplia quedas

08 dez 2022, 9:08 - atualizado em 08 dez 2022, 9:08
B3 Ibovespa 56
Ibovespa futuro recua e dólar sobe nesta quinta (Imagem: Facebook/B3)

O Ibovespa futuro abriu esta quinta-feira (8) em queda de 0,01%, cotado aos 109.630 pontos. Com poucos minutos de pregão, o índice já ampliava as perdas.

Na véspera, o índice futuro fechou no vermelho, com desvalorização de 0,95%, aos 109.645 pontos. 

Ainda nesta manhã, o dólar operava em alta. Na abertura, a moeda avançava 0,46%, valendo R$ 5,2290.

Na quarta-feira (7), o dólar era vendido a R$ 5,20. A moeda fechou o dia em queda, depois que investidores mostraram algum alívio com a redução da expansão do teto de gastos prevista na PEC da Transição, em dia de decisão de política monetária do Copom e de fraqueza da moeda norte-americana no exterior.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mercados hoje

Nem PEC nem Selic, a palavra que dita o rumo do Ibovespa hoje é outra

Ibovespa não se empolgou com a aprovação de uma PEC da Transição mais enxuta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e tampouco deve se animar hoje com a votação em dois turnos da proposta no Senado ontem à noite. De um modo geral, os mercados dão mais atenção ao risco de uma recessão global, em um ambiente de inflação e juros altos.

Nesse cenário, fica difícil falar em rali de fim de ano. Afinal, o Banco Central manteve a Selic estável em nível elevado, indicando que a taxa básica deve permanecer em 13,75% por um tempo relevante. Porém, o Comitê de Política Monetária (Copom) mandou um recado à classe política e alertou que pode voltar a agir caso haja uma piora do lado fiscal.

Com isso, o foco se desloca para a Câmara, onde a PEC precisa do apoio de 308 deputados, em dois turnos. Nos bastidores, o presidente da Casa, Arthur Lira, avisou que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o orçamento secreto pode afetar a aprovação da proposta na semana que vem. Como já dito aqui, os dois assuntos têm tudo a ver.

O principal obstáculo é de que o texto seja modificado, o que adiaria para fevereiro o desfecho da tramitação no Congresso. Seja como for, o mercado doméstico parece já ter digerido o cenário base da proposta e vê com receio uma expansão das contas públicas sem um debate sobre a nova âncora fiscal do país.

*Com Olivia Bulla