Abralatas negocia inclusão de pauta verde na reforma tributária
A indústria brasileira de latas de alumínio para bebidas está fazendo lobby no Congresso para a inclusão na reforma tributária de gatilhos que possam punir empresas com práticas não sustentáveis.
O objetivo é convencer os parlamentares a aprovar a cobrança de impostos mais altos para as companhias que não seguem práticas sustentáveis, ao mesmo tempo em que existiriam benefícios para aquelas com boas políticas ambientais, segundo Cátilo Cândido, presidente-executivo da associação nacional dos produtores de latas de alumínio para bebidas, a Abralatas.
“Apenas alguns estados e cidades do Brasil têm regras para punir economicamente as empresas que não seguem práticas sustentáveis”, disse ele. “Defendemos ações coordenadas.”
Se aprovados, mecanismos tributários baseados em questões ambientais seriam positivos para os associados da Abralatas: o Brasil recicla quase 97% de suas latas de alumínio para bebidas, a maior taxa do mundo, de acordo com dados de 2018 da Abralatas e da Associação Brasileira do Alumínio.
A reforma tributária está no topo da agenda da equipe econômica, mas enfrenta um caminho difícil para aprovação. Além da proposta do governo, há outras duas em discussão.
As três unificam impostos, mas diferem na quantidade e na forma, se opondo às preferências dos diferentes setores econômicos.
“Independentemente de qual prevaleça, pretendemos que esses mecanismos estejam no texto aprovado”, disse Cândido.
Investidores institucionais que administram cerca de US$ 3,7 trilhões e um grupo de 61 empresas pressionaram o governo quanto à sua agenda ambiental, especialmente em relação à floresta amazônica.