ABN Amro alerta para alta nas provisões após prejuízo no 1° trimestre de 2020
O banco holandês ABN Amro alertou que as provisões para empréstimos podem aumentar para 2,5 bilhões de euros (2,71 bilhões de dólares) este ano, com a crise do coronavírus e a queda do preço do petróleo provocando prejuízo acima do esperado no primeiro trimestre.
O banco, que tem uma das maiores exposições da Europa ao setor global de petróleo e gás, acumulou perdas no primeiro trimestre, quando alguns de seus clientes comerciais tiveram problemas devido à volatilidade do mercado.
O presidente-executivo, Robert Swaak, que assumiu o comando no mês passado, disse que estava intensificando uma reformulação do banco de investimentos do ABN Amro, que deve ser concluída em agosto.
“Embora nos últimos anos tenha havido algum progresso na melhora dos retornos, isso não resultou na lucratividade necessária … o perfil de risco não está totalmente alinhado com o do banco”, disse ele.
O ABN reportou prejuízo do primeiro trimestre de 395 milhões de euros, em comparação com um lucro líquido de 478 milhões de euros no mesmo período do ano anterior. Foram necessários 1,1 bilhão de euros em provisões para perdas com empréstimos no primeiro trimestre, em parte devido à exposição a dois clientes, afirmou o banco.
“Com base em nossas premissas mais recentes, esperamos que o custo do risco (provisões para créditos de liquidação duvidosa) para todo o ano de 2020 seja de cerca de 2,5 bilhões de euros”, disse Swaak. Isso se compara ao lucro líquido do ano de 2019 de 2,05 bilhões de euros, incluindo 657 milhões de euros em provisões para empréstimos.
Veja na íntegra o resultado financeiro do banco holandês no 1° trimestre de 2020 (em inglês):
O banco disse que o lucro operacional do primeiro trimestre chegou a 624 milhões de euros, uma queda de 17% em relação aos 754 milhões de euros do ano passado.
Em nota, analistas da Jefferies disseram que o desempenho subjacente da empresa era melhor do que o esperado, mas ofuscado pelas provisões.
O ABN havia alertado em março que sofreria um prejuízo no trimestre e descartou o pagamento de dividendos até o início de outubro.