Abiove vê recordes no setor de soja do Brasil em 2022; exportação em US$ 51,9 bi
Com expectativa de safra recorde e aumento de demanda, o Brasil deverá registrar uma receita histórica nas vendas externas do complexo soja (grão, farelo e óleo) em 2022, estimada em 51,9 bilhões de dólares, ante 47,5 bilhões em 2021, apontou nesta quinta-feira associação da indústria Abiove.
“Os preços foram projetados considerando os contratos futuros e prêmios históricos. Também foi levado em consideração um possível aumento da demanda bem como incertezas para a safra argentina… De toda forma, projetamos receitas recordes de exportação”, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em nota à Reuters.
A entidade projeta preços mais altos de exportação de soja ante 2021, estimados em 480 dólares a tonelada em 2022. Para o óleo, a projeção é de um avanço a 1.300 dólares a toneladas.
Com um plantio iniciado em boas condições climáticas, a Abiove estima safra de soja do Brasil 2022 em recorde de 144,1 milhões de toneladas, versus 138 milhões em 2021, mas vê possibilidade de produção “ainda maior”, caso clima colabore.
“Com o aumento da área plantada e entrega dos insumos, a confirmação de clima favorável poderá resultar em uma produção ainda maior”, disse.
A Abiove também projeta processamento de soja recorde no país em 2022, a 48 milhões de toneladas, versus 46,5 milhões de toneladas em 2021.
A projeção considera mistura de biodiesel no diesel entre 10-11% no próximo ano, em linha com o praticado em 2021, segundo a Abiove, que tem reivindicado uma mistura maior, de 13% em 2021, conforme determina regras de aumento gradual da mistura.
A Abiove projetou um volume recorde de embarques de soja em grão, a 92,1 milhões de toneladas em 2022, ante 86 milhões em 2021.
A produção de farelo e óleo de soja do Brasil também somarão em recordes em 2022, de 36,69 milhões de toneladas e 9,7 milhões t, respectivamente.
“De acordo com avaliações das associadas, esperamos aumento da demanda doméstica por farelo de soja tendo em vista a produção de proteínas animais para os mercados interno e externo”, disse.