Abiove eleva processamento de soja do Brasil e vê exportação recorde de farelo no ano
![Soja processamento](https://www.moneytimes.com.br/uploads/2025/02/soja-processamento-.jpg)
O Brasil vai processar mais soja do que o esperado neste ano, com impulso de uma maior exportação de farelo, agora estimada em recorde diante de uma firme demanda asiática, afirmou nesta quarta-feira (12) a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
O processamento de soja no país foi previsto em máxima histórica de 57,5 milhões de toneladas em 2025, 400 mil toneladas acima da previsão de janeiro, segundo a associação que reúne tradings e indústrias processadoras.
A exportação brasileira de farelo de soja foi prevista em 23,6 milhões de toneladas neste ano, acima das 22,9 milhões de toneladas previstas em janeiro.
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A nova previsão indica que o Brasil poderá superar o recorde de 23,14 milhões de toneladas obtido em 2024, conforme dados da Abiove.
“O que está impulsionando as exportações de farelo de soja é o crescimento do mercado asiático”, afirmou o diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove, Daniel Furlan Amaral, à Reuters.
O Brasil é o segundo maior exportador global de farelo de soja, atrás da Argentina.
O principal mercado do farelo de soja do Brasil é a União Europeia, para onde o país exportou cerca de 10 milhões de toneladas em 2024, volume que marcou leve queda ante 2023, segundo dados do governo brasileiro.
Entre os principais mercados asiáticos para o farelo brasileiro em 2024 estiveram a Indonésia, com quase 4 milhões de toneladas, Tailândia (2,7 milhões de toneladas), Vietnã (800,4 mil toneladas), conforme informações governamentais.
A China não costuma importar farelo de soja brasileiro, produzindo internamente a partir do grão que importa majoritariamente do Brasil, maior produtor e exportador da matéria-prima.
De acordo com a Abiove, a produção de farelo de soja do Brasil também atingirá um volume jamais visto em 2025, de mais de 44 milhões de toneladas, aumento de 3% em relação a 2024, enquanto o consumo interno foi projetado em 19,5 milhões de toneladas.
As exportações de farelo de soja do Brasil deverão atingir um faturamento de US$8,4 bilhões, abaixo do montante de US$9,69 bilhões visto em 2024, por conta de uma queda nos preços.
Mas a maior parte da receita com as exportações do setor é obtida com os embarques do grão, com projeção de US$44,6 bilhões, enquanto os de óleo de soja deverão render pouco mais de US$1 bilhão.
Oferta e demanda de soja
A Abiove ainda manteve, em seu relatório mensal de oferta e demanda, a estimativa de colheita de soja do país neste ano em recorde de 171,7 milhões de toneladas.
A associação também não alterou a estimativa de exportação de soja em grão, vista em um recorde de 106,1 milhões de toneladas.
A safra, que está sendo colhida, deverá ter um crescimento de 11,86% na comparação com a temporada anterior, atingida por problemas climáticos, segundo dados da associação.
Já a exportação do grão aumentaria mais de 7%. O processamento, por sua vez, cresceria 3,8%, de acordo com dados da Abiove.
A exportação de óleo de soja do Brasil foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, leve alta na comparação com a previsão de janeiro (1,05 milhão), mas abaixo do volume de 2024 (1,37 milhão de toneladas).
O volume de produção de óleo de soja também deverá ser recorde no Brasil neste ano, somando 11,45 milhões de toneladas, 350 mil toneladas acima de 2024, impulsionada pelo aumento da mistura de biodiesel no diesel nos últimos anos — a commodity é a principal matéria-prima para o biocombustível.
Com um maior processamento e previsão de safra estável, a Abiove reduziu a projeção de estoques finais de soja do Brasil em 2025 para 8,96 milhões de toneladas, 800 mil toneladas abaixo da projeção de janeiro, levando também em conta um ajuste nos estoques iniciais deste ano.