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Abimaq prevê expansão de quase 4% no faturamento do setor de máquinas em 2025

29 jan 2025, 17:19 - atualizado em 29 jan 2025, 17:19
Abimaq máquinas (1)
(iStock.com/valio84sl)

O faturamento do setor de máquinas e equipamentos deve crescer 3,7% este ano, conforme projeções atualizadas da associação da indústria, Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), após encerrar 2024 com uma queda de quase 9% em comparação com 2023, a terceira consecutiva.

A alta deve ser apoiada nas receitas dos setores agrícola, de infraestrutura, embalagens e alimentos, disse o presidente-executivo da Abimaq, José Velloso, em entrevista a jornalistas ao apresentar nesta quarta-feira os dados do setor.

No mercado doméstico, a expectativa é de crescimento de 2,3% no faturamento de máquinas e equipamentos.

O executivo chamou atenção para o ciclo de alta na taxa de juros pelo Banco Central, que afeta investimentos na indústria e impõe desafios ao setor. Ainda assim, a previsão da entidade é de expansão de 4% nos investimentos este ano.

Com relação a potenciais tarifas dos Estados Unidos sinalizadas pelo novo governo de Donald Trump, Velloso afirmou que a posição protecionista norte-americana não é novidade, citando governos anteriores, e que ela deve continuar em 2025.

“O governo norte-americano já vinha com medidas protetivas, já vinha numa guerra comercial com a China e os produtos chineses já estavam procurando outros mercados”, disse.

O novo governo Trump

Os EUA são atualmente o principal destino das máquinas e equipamentos do Brasil, respondendo por 26,9% do total de exportações. Por outro lado, a China é a principal origem das importações brasileiras, com uma fatia de 31%.

Velloso disse não acreditar em um rompimento ou qualquer problema bilateral nas relações entre Brasil e EUA neste segundo mandato de Trump, assim como não houve no primeiro.

Nesta semana, Trump disse que o Brasil estava na lista de países que querem “prejudicar os EUA”, junto a economias como Índia e China.

“Era um discurso de improviso”, disse Velloso. “O Brasil não tem tarifa, quem tem tarifa é o Mercosul e no Mercosul tem Argentina, tem Uruguai.”

“Se os EUA vierem a reclamar oficialmente das tarifas…não estão reclamando do Brasil, estão reclamando do Mercosul, e aí precisa ver como o Mercosul vai tratar esse assunto”, acrescentou.

Mas o presidente da Abimaq disse não esperar estresses entre as duas economias, e também disse que, olhando para o “copo meio cheio”, a disputa comercial entre EUA e China pode abrir espaço para mais exportações do Brasil ao país norte-americano.

“Se o EUA restringem a importação de máquinas da China, é um mercado que se abre. Alguém vai ocupar esse mercado, pode ser o europeu, pode ser o mexicano, mas pode ser o Brasil também.”

O setor de máquinas em 2024

O setor de máquinas e equipamentos acumulou receita de R$ 270,9 bilhões no ano passado, recuo de 8,6% na comparação com 2023, segundo os dados apresentados pela Abimaq. A entidade esperava um declínio de cerca de 7% no ano.

Mas o último mês de 2024 foi marcado por alta em relação a dezembro de 2023, com avanço de 9,1% na receita líquida total, para 21,3 bilhões de reais, de acordo com apresentação da entidade.

Considerando apenas vendas domésticas, a receita líquida do setor somou 14,5 bilhões de reais em dezembro, crescimento de 5,1% ante o mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2024, caiu 11% ante 2023, para 198,56 bilhões de reais.

“O último trimestre do ano apresentou uma importante recuperação nas receitas, tanto no mercado interno quanto externo. Mas não o suficiente para superar o fraco desempenho observado no início do período”, afirmou a Abimaq.

O consumo aparente do setor no mês passado subiu 23,9% frente a dezembro de 2023, para 31,5 bilhões de reais, mas ficou praticamente estável no ano (-0,2%), em 369,2 bilhões de reais.

A indústria encerrou dezembro com leve queda de 1% nas exportações ante o mesmo mês do ano anterior, a 1,1 bilhão de dólares, enquanto no acumulado de 2024 as remessas caíram 5,5% versus 2023, totalizando 13,2 bilhões de dólares.

Já em importações, o setor observou um aumento de 18,5% em dezembro no comparativo anual, para 2,6 bilhões de dólares, selando crescimento de 10,6% em 2024, período em que as compras internacionais somaram 29,6 bilhões de dólares.

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reuters@moneytimes.com.br
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