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Abilio Diniz, ex-dono do Pão de Açúcar e acionista do Carrefour, morre aos 87 anos

18 fev 2024, 23:53 - atualizado em 18 fev 2024, 23:53
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Luto: Abilio Diniz foi um dos grandes empresários brasileiros, e transformou o mercado fundado pelo pai no Grupo Pão de Açúcar, uma das maiores redes de varejo do país (Imagem: Facebook/ Abilio Diniz)

O empresário Abilio Diniz morreu neste domingo (18), no Hospital Albert Einstein, onde estava internado há cerca de um mês. Abilio faleceu de insuficiência respiratória causada por uma pneumonite. Segundo notícias da imprensa, em janeiro, o empresário se sentiu mal durante uma viagem a Aspen, nos Estados Unidos, e precisou ser transportado ao Brasil numa UTI aérea.

“É com extremo pesar que a família Diniz informa o falecimento de Abilio Diniz aos 87 anos neste domingo, 18 de fevereiro de 2024, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. O empresário deixa cinco filhos, esposa, netos e bisnetos, e irá ao encontro do seu filho João Paulo, falecido em 2022. Desde já, a família agradece a todas as mensagens de apoio e carinho”, diz a nota divulgada à imprensa.

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Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o velório acontecerá nesta segunda-feira (19), no salão nobre do Estádio do Morumbi, e será aberto ao público das 11h às 15h. O enterro será restrito a familiares e amigos próximos.

Abilio é considerado um dos maiores empresários brasileiros. Seu nome se projetou no mundo dos negócios, ao transformar o mercado fundado em 1948 por seu pai, Valentim, no então maior grupo de varejo do país, o Grupo Pão de Açúcar.

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Abilio Diniz fez história no Pão de Açúcar e no Carrefour

Em 2012, Abilio perdeu formalmente o controle do Pão de Açúcar para o grupo francês Casino, após anos de uma sociedade turbulenta, iniciada em 2005. Naquele ano, o empresário fechou um acordo com os franceses para dividir o controle do Pão de Açúcar exatamente pela metade: o brasileiro ficaria com 50% das ações ordinárias e o Casino, com os outros 50%, que já possuía 24% da Paic (Pão de Açúcar Indústria e Comércio) que, até então, detinha 61% do capital do grupo. Em troca pela nova estrutura societária, Abilio recebeu US$ 881 milhões e pode reduzir as despesas financeiras e operacionais da companhia.

Por volta de 2010, contudo, o brasileiro iniciou uma série de manobras para dissolver a sociedade com o Casino e se manter à frente do grupo. Uma delas foi a tentativa de se unir ao Carrefour, um dos grandes rivais do Casino na França. A relação entre franceses e o brasileiro se transformou num emaranhado de brigas na Justiça, sustentadas por acusações de ambas as partes.

Embora tenha perdido o controle da empresa fundada por seu pai em 2012, Abilio só deixou o Pão de Açúcar no ano seguinte, quando selou o armistício com o Casino e renunciou à presidência do conselho de administração.

A aproximação com o Carrefour rendeu frutos, e o brasileiro se tornou um dos maiores acionistas do rival do Casino. Até sua morte, neste domingo, Abilio ocupava a vice-presidência do conselho de administração do Carrefour.

Em nota à imprensa, a rede varejista afirmou “ao longo de quase uma década, o Sr. Abílio Diniz empenhou sua visão e habilidade únicas no desenvolvimento e amadurecimento do Grupo Carrefour Brasil, deixando um legado inestimável para a Companhia e para o país. Se hoje o Grupo Carrefour Brasil é o maior varejista alimentar do país, isso se deve em grande parte à atuação do Sr. Abílio Diniz, um dos maiores e mais respeitados empresários do varejo brasileiro, como administrador e acionista de referência da Companhia, por meio de sua empresa de investimentos ‘Península'”.