Abílio Diniz é o vencedor em anúncio de novo CEO da BRF (não os acionistas)

O presidente do Conselho de Administração da BRF (BRFS3), Abílio Diniz, é o grande vencedor na eleição do novo CEO José Aurélio Drummond Jr. para substituir Pedro de Andrade Faria. Drummond é engenheiro graduado pela FEI, atuou como executivo das empresas Whirlpool, Alcoa e Eneva.

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Em reação ao anúncio, as ações da fabricante de alimentos encerraram a sessão de ontem, feriado nos EUA, em leve alta de 0,05%.

Para o analista Gabriel Lima do Bradesco, Abílio Diniz “continua a ter uma forte influência na companhia, já que os fundos de pensão Previ/Petros aparentemente apresentaram outros nomes”.

Segundo o Santander, apesar da experiência relevante, os investidores esperavam alguém do setor alimentício. O analista Ronaldo Kasinsky acredita que, por conta disso, a aceitação poderá gerar dúvida entre os investidores.

Um dos pontos levantados pelo BTG Pactual é o de que a decisão volta a jogar luz sobre uma das maiores preocupações dos investidores, que ainda é (e deve continuar) um certo nível de conflito entre os principais acionistas.

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“Com base em nossas conversas recentes com os investidores, acreditamos que as ações da BRF estariam negociando a um preço mais elevado se não fosse pela bagunça causada pela remodelação da administração”, avaliam os analistas do BTG Pactual Thiago Duarte e Vito Ferreira.

Nos últimos doze meses, o BTG diz ter identificado um número de elementos que reforçam a tese de que o Conselho de Administração é dividido entre dois grupos de poder, e que um deles (encabeçado por Abilio Diniz) toma as maiores decisões, mas não sem uma boa dose de conflito.

“Nossa visão é neutra, com os fatores positivos, como continuidade estratégica e sólida experiência executiva (embora a complexidade da BRF leve isso a um novo nível), compensados pelo fato de que esta decisão poder prolongar as disputas dos acionistas no nível do Conselho”, ressaltam Duarte e Ferreira.