Abics e Ital querem mostrar que café solúvel não será mais tipo ‘macarrão instantâneo’
Quem pensa em café solúvel, invariavelmente pensa em uma bebida em que o lado sensorial da qualidade é desprezado. Vale resolver a vontade, instantaneamente.
É como se fosse macarrão instantâneo, feito para matar a fome, de forma rápida, e ninguém liga se é ruim ou muito ruim.
Na Europa, particularmente, não é bem assim. O café robusta, tipo usado diretamente, é comprado no Vietnã e no Brasil para produção com pegada de qualidade.
Daí que, agora, a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), fez parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), do sistema do agronegócio do governo paulista, para mudar essa lógica.
O produto brasileiro exportado, para levar a marca dos compradores internacionais – modelo que ainda prevalece no setor, inclusive nas exportações ‘sem marca’ do grão tipo arábica comum ou especial -, vai sair com classificações de qualidade.
“Convencional, diferenciados e de excelência”, em metodologia desenvolvida para essa finalidade, juntando, ainda, indicadores tradicionais de análise do café, como torra, por exemplo.
Pode funcionar nos grandes importadores mundiais, que respondem por 27% de todo café consumido no mundo.
No Brasil não deverá pegar essa mudança mercadológica.
Porque, independentemente de que a grande maioria do café de coador ou expresso que se toma ser de baixa qualidade, o paladar brasileiro não está preparado para o solúvel em qualquer plano.