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Preços de commodities agrícolas sobem até 84%, aponta Abia

25 out 2021, 18:35 - atualizado em 25 out 2021, 18:50
Café Grãos Commodities Agronegócio
O maior incremento, de 84%, foi do valor do café robusta, seguido por açúcar e milho (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Os preços de commodities agrícolas utilizadas na indústria de alimentos subiram até 84% no último ano – de setembro de 2020 a setembro deste ano – , aponta levantamento mensal da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) antecipado ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O maior incremento, de 84%, foi do valor do café robusta, seguido por açúcar e milho, que passaram por valorização de 64%.

A Abia analisa mensalmente os preços de nove commodities agrícolas. Para o consumidor final, a alta das commodities pode representar incremento médio de 20% dos preços dos alimentos, conforme estimativa da entidade.

O aumento expressivo do café robusta, hoje custando na média R$ 12.128 por tonelada, se deve, entre outros fatores, à menor disponibilidade no mercado interno, explica em nota o presidente executivo da associação, João Dornellas.

A redução da safra atual do café arábica em mais de 25%, agravada pela estiagem prolongada e geadas, também limita a oferta da variedade e leva a uma demanda maior pelo robusta, conforme o executivo.

No caso do açúcar, vendido atualmente a R$ 2.363 por tonelada à vista (setembro de 2021), a diminuição de 9,5% na projeção da safra, em virtude da seca prolongada e geadas na região Centro-Sul, bem como a maior proporção de matéria-prima destinada à produção de etanol, contribuem para restringir a disponibilidade interna no período da entressafra, até março de 2022, elevando os preços no Brasil, de acordo com a entidade.

Além de café, açúcar e milho, a Abia também analisou os preços do:

  • trigo, que subiram 40% no último ano,
  • óleo de soja (+33%), soja (+24%),
  • leite (+12%),
  • arroz (+5%) e
  • cacau (+4%).

As matérias-primas agropecuárias e as embalagens respondem, em média, por mais de 60% do custo de produção industrial, segundo a Abia.