Abenomics não gerou economia sustentável, diz premiê japonês
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse nesta terça-feira que as medidas tomadas sob a política “Abenomics” de massivos estímulos monetário e fiscal do ex-premiê Shinzo Abe não foram suficientes para gerar uma economia sustentável e inclusiva.
Sob sua política de “novo capitalismo”, Kishida pretende ajudar a criar um ciclo virtuoso de crescimento econômico e distribuição de riqueza, disse ele durante discurso na conferência virtual Davos Agenda, do Fórum Econômico Mundial.
A Abenomics foi implantada em 2013 para tirar o Japão da estagnação econômica, mas não conseguiu acabar com as diferenças de renda que aumentaram à medida que a quantidade de trabalhadores em empregos pouco seguros e mal pagos crescia.
“Em vez de deixar tudo para o mercado e a concorrência, vou enfatizar o trabalho conjunto do governo e do setor privado para a transformação socioeconômica”, disse Kishida, que assumiu o cargo em outubro passado.
Com relação às mudanças climáticas, o Japão pretende cooperar estreitamente com outros países da Ásia para que possam enfrentar conjuntamente o iminente desafio global.
“Assim como a UE começou como a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço durante a Guerra Fria, meu objetivo é a ‘Comunidade Asiática de Emissão Zero’,” para conduzir conjuntamente o desenvolvimento tecnológico, os investimentos em infraestrutura e a angariação de fundos, disse Kishida.
O primeiro-ministro acrescentou que gostaria de apresentar ao público japonês uma estrutura para um arcabouço de precificação de carbono, uma vez que o Japão tem se esforçado para alcançar a neutralidade do carbono até 2050.