ABC Brasil: resultados “decentes” sugerem retorno maior em 2021 e 2022
A ABC Brasil (ABCB4) divulgou na manhã desta segunda-feira seus resultados do quarto trimestre de 2020. Na avaliação do BTG Pactual (BPAC11), o banco reportou números “decentes”, apesar da queda de 27,2% do lucro líquido contábil. Mesmo caindo para R$ 106 milhões, o montante superou em 32% as estimativas do time de análise.
O BTG disse ainda que o crescimento de empréstimos, o NII (receita líquida de juros) de clientes e as taxas do mercado de capitais bateram as expectativas dos analistas.
Dessa forma, a melhor dinâmica de receita observada no balanço, somada à potencial alta da Selic e ao fato de que o banco está bem provisionado, deve garantir um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) maior em 2021 e 2022.
“2020 definitivamente não foi um ano fácil para o ABC. A taxa Selic caiu para níveis impensáveis e a pandemia causou forte impacto, machucando a receita em um ano de muitos investimentos. O ROE chegou a 8% em 2020 versus uma média de 15% nos dez anos anteriores”, relembrou o BTG.
As perspectivas para este ano são melhores. Além das complicações, o BTG destacou que 2020 marcou o fim da gestão de Anis Chacur como presidente da companhia. O executivo, que está atualmente no conselho de administração, foi substituído por Sergio Lulia Jacob, nome conhecido pelos analistas.
“Sob a liderança dele [Sergio Lulia], esperamos que o banco acelere sua transformação digital, o que também deve expandir a base de clientes e as parcerias”, afirmou o BTG.
Mesmo não sendo um processo rápido, os analistas acreditam que o ABC Brasil conta com as pessoas certas (além de credibilidade) para concluir a digitalização de suas operações. Isso, somado ao valuation barato, justifica a recomendação de compra da ação, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 21.