ABC Brasil ou Banrisul? Crescimento de receita define preferência dos analistas no momento
Agora que a qualidade do ativo dos bancos de médio porte deixou de ser a maior preocupação do mercado, os investidores devem focar em geração de receita e pressão inflacionária. E, nesse contexto, quem se sai melhor é o ABC Brasil (ABCB4).
O Bank of America observou uma tendência positiva nos resultados do segundo trimestre do ano do ABC que provavelmente continuará nos próximos trimestres, suportada pelo sólido momentum de ganhos.
“Estimamos que o ABC postará uma geração de receita forte, apoiada pelo sólido crescimento do portfólio de crédito e um mix melhor, assim como pela melhoria na geração de receitas de tarifas devido à melhora na diversificação”, afirmou o banco.
As despesas são a maior preocupação na tese de investimento, dada a pressão inflacionária nos custos pessoais e nos contínuos investimentos no segmento médio e em novos negócios.
“No entanto, mesmo considerando o opex aumentando substancialmente acima da inflação em 2021, estimamos uma melhora na taxa de eficiência, dado o sólido crescimento na receita”, disse o Bank of America.
Os analistas elevaram a recomendação da ação do ABC de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 22 (contra R$ 18 anteriormente).
Atrás dos pares
No caso do Banrisul (BRSR6), o Bank of America não está tão otimista assim. Enquanto os bancos brasileiros sob a cobertura da instituição apresentaram uma média de crescimento na carteira de crédito de 13% no comparativo anual entre abril e junho de 2021, o Banrisul entregou avanço de apenas 2%.
“Essa performance fraca deve pesar na geração de receita futura tanto em NII (receita líquida de juros) quanto em tarifas, incapacitando um momentum de ganhos melhor”, comentou o Bank of America.
Apesar das baixas expectativas de crescimento de receita, o Bank of America destacou que o Banrisul está fazendo um bom trabalho com despesas e encargos de provisões.
Os analistas reforçaram a classificação neutra para a ação e cortaram o preço-alvo de R$ 18 para R$ 13 por falta de gatilhos no curto prazo.