Bancos

‘A velocidade com que a Argentina está mudando impressiona’, diz David Vélez, CEO do Nubank

23 out 2024, 12:33 - atualizado em 23 out 2024, 16:04
David Vélez, fundador do NuBank
(Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

A mudança positiva por qual passa a Argentina tem chamado a atenção do Nubank, afirmou o CEO, David Vélez, em evento da Bloomberg em São Paulo. Apesar disso, o executivo afirmou que a fintech ainda não possui planos para expandir sua operação para o país vizinho.

Desde que assumiu a presidência da Argentina, no início do ano, o libertário Javier Milei tem implementado uma série de medidas para sanear a dívida pública e diminuir a inflação explosiva que vive há anos.

Segundo o executivo, é impossível ignorar o que o argentino está fazendo.

“É uma das maiores economias na América Latina, tem um dos melhores níveis de capital humano na região, algumas das melhores faculdades, mas a economia ainda não tem crédito […] Temos curiosidade para que vai acontecer”, afirmou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Expansão para o México e novos produtos no Brasil

Apontada como uma principais avenidas de crescimento da fitnech, Vélez lembrou que o México cresce mais que o Brasil, porém possui apenas 20% de penetração de cartão de crédito, enquanto no mercado brasileiro essa porcentagem é de 60%.

“Muito gente guarda dinheiro no colchão. O México parece estar 50 atrás”, disse. O Nubank possui 8 milhões de clientes no país, e US$ 3.3 bilhões em depósitos. Os números superam os do Brasil no mesmo estágio de implantação: por aqui, eram 7,7 milhões de clientes e menos de US$ 1 bilhão em depósitos em 2019.

No Brasil, onde as receitas crescem a uma taxa de 70% a 80% ano, o executivo não projeta uma grande mudança de trajetória. O banco tem apostado em oferecer novos produtos, principalmente na alta renda, onde o potencial de retornos é maior, apesar da alta concorrência.

“Vai ser uma combinação de produtos de investimento. Lançamos empréstimos consignado, há muitos funcionários públicos do Brasil e de alta renda também. Acho que até chegar lá, será um caminho de muitos anos”, diz.