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A varejista pronta para encarar a crise, segundo o Goldman Sachs

23 nov 2021, 14:28 - atualizado em 23 nov 2021, 16:39
Lojas Renner
Os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, do Goldman Sachs, conversaram com o CEO da companhia Fabio Faccio e saíram bem animados do encontro (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

O momento que se desenha para o setor de varejo não é nada animador, com a alta da inflação corroendo o poder de compra dos brasileiros. Porém, uma empresa está pronta para enfrentar essa tempestade: a Lojas Renner (LREN3). 

Foi o que disseram os analistas do Goldman Sachs, Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, após uma conversa com o CEO da companhia, Fabio Faccio.

Eles reconheceram o cenário macro incerto para o varejo discricionário, como as pressões inflacionárias sobre o CPV e despesas, mas disseram acreditar que a empresa está bem posicionada para navegar no ambiente atual.

“Sua cadeia de suprimentos diferenciada de recursos, melhorias operacionais em preços, check-out e inventário alocação, bem como os investimentos digitais em curso, devem permitir que a empresa Renner continue crescendo”, completam.

Os analistas calculam que a empresa esteja negociando a 25,9 vezes o preço sobre o lucro líquido (P/L), abaixo da sua média histórica de 26,7 vezes e um pouco acima da média do setor (24,3 vezes).

“O pequeno prêmio em relação aos pares é justificado, pelo maior ciclo de investimentos pelo qual a empresa está passando. Ao olhar para 2023, quando esperamos que os investimentos comecem a normalizar, vemos LREN sendo negociado a 19,9 vezes ante os 20,2 da média para os pares”, argumentam.

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Resiliência

A Lojas Renner vê que o varejo de vestuário continuará aquecido à medida que as pessoas voltam à normalidade, como o retorno aos escritórios, segundo o Goldman Sachs. Para a companhia, diz o banco, houve uma diminuição da competição, uma vez que a pandemia deixou muitos varejistas menores em uma posição mais vulnerável. 

“Nesse contexto, a gestão vê oportunidades para acelerar os ganhos de participação, em um setor altamente fragmentado”, dizem os analistas. 

As margens, no entanto, continuarão pressionadas pelos custos de insumos de matéria-prima e câmbio. A empresa deverá reunir esforços para crescer no digital, o que aumentaria os gastos em 5% a 7%.

“A gestão permaneceu otimista de que o crescimento impulsionado por tais investimentos diluiria o adicional SG&A e permitiria que a empresa retorne perto dos níveis históricos de lucratividade em 2023”, afirmam.

Um novo centro de distribuição omnicanal também promete diminuir o tempo de espera de envio, além de baratear os custos, na avaliação dos analistas. O empreendimento entrará em operação em 2022.