A ‘vaca não é louca’. Retirada imediata do embargo chinês à carne será bom teste internacional para Lula
O Brasil não teve “vaca louca” perigosa para humanos. A contraprova oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) confirma que o caso do Pará foi “atípico”.
Os frigoríficos brasileiros amanhecem nesta sexta (3) esperando algum sinal positivo da China quanto ao levantamento do embargo à carne brasileira.
Os produtores de boi também, que estão sem vender, com lotes parados desde segunda-feira retrasada, quando o caso do mal da vaca louca foi publicamente notificado.
Será um bom teste para o governo Lula em tentar fazer Pequim não reproduzir o ocorrido em 3,5 meses, em 2021, quando passou do tempo de liberação e desencadeou prejuízos em série à cadeia da pecuária de corte.
Pelo fuso horário, o governo e a OMSA já comunicaram o país asiático – e a Rússia, que impôs sanções ontem também -, que a contraprova da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) se comprovou “atípica”.
O laboratório de referência canadense deu a notícia no fim de tarde da quinta, mais de 22 horas em Brasília, quando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou a boa notícia.
A China, por acordo com o Brasil, tem as compras paralisadas automaticamente, mesmo antes dos exames oficiais de OMSA.
Mas, em 2021, com dois casos parecidos, surgidos em Minas e Mato Grosso, em bois caducos de pasto – quando a doença se manifesta sem risco, por não ingestão de ração contaminada -, os chineses estenderam a suspensão mais de 2,5 meses após a confirmação negativa do laboratório da OMSA.
A partir desta sexta também passará a valer a interrupção dos embarques para a Rússia, país que anunciou ontem a medida sem respaldo, em flagrante atitude de imposição de barreira não-tarifária. A exemplo de mesma decisão tomada no final de 2021.