A única ação do Ibovespa que sobe é defensiva e uma boa para ter em crises
Em meio ao caos que os mercados vivem hoje, provocado por uma nova variante da Covid-19, uma única ação, entre 92 ativos do Ibovespa (IBOV), subiu nesta sessão: a Suzano (SUZB3).
Os papéis fecharam em alta de 0,15%, a R$ 54,81. No ano, a Suzano acumula queda de 5,79%, contra um tombo de 14,61% do Ibovespa.
A disparidade não é à toa. Analistas consultados pelo Money Times destacam que a companhia é resiliente e uma boa opção para passar por crises.
O CEO da gestora BOX, Fabrício Gonçalvez, lembra que a empresa ganha com a alta do dólar. “A maior parte do case de Suzano é ligada ao dólar. Ela costuma performar bem nesses momentos de quedas”, afirma.
Nesta sexta, o a moeda norte-americana subia 0,49%, a R$ 5,59.
Analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila destaca que 85% da receita da empresa vem das exportações. “As ações da Suzano sobem com investidores buscando proteção em dólar”, pontua.
Conforme o último release de resultados da Suzano, a receita de celulose somou R$ 9,1 bilhões, sendo 93% do mercado externo, ou R$ 8,44 bilhões.
Para Chinchila, tanto Suzano quanto Klabin (KLBN11) são ações que o investidor busca como proteção nestes momentos de forte incerteza.
“Preço da celulose internacional teoricamente é menos volátil do que commodities como minério ou petróleo”, afirma.
Mesmo assim, há temores de que uma nova variante do coronavírus possa desencadear novos surtos e prejudicar a recuperação econômica global, o que também afeta o setor de papel e celulose.
Já Enrico Cozzolino, analista da Levante, afirma que a Suzano ainda tem muito para entregar. “É uma exportadora, tem correlação com o dólar e isso afasta um pouco do risco local. É uma boa ação para se proteger”, diz.
Ele também lembra que os preços de celulose se estabilizaram com a expectativa de retomada do consumo.
Preços da celulose
O setor de papel e celulose deve continuar aquecido em 2022, apontou o Santander em relatório enviado a clientes no início desta semana.
Segundo os analistas Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, o preço da commodity ficará na casa dos R$ 560 por tonelada no próximo ano. Com isso, as gigantes de celulose, como Klabin e Suzano, devem ser amplamente beneficiadas.
Mas qual oferece mais vantagens?
Para a dupla, a Suzano é a melhor opção, visto que a companhia pode gerar fluxo de caixa livre (FCF), mesmo considerando os gastos com o projeto Cerrado. Lembrando que o indicador está diretamente ligado ao potencial de pagamento de dividendos.