A torneira da Sanepar está secando literalmente, e risco regulatório evapora ganhos
Não é novidade que o balanço da Sanepar (SAPR11) seria bastante pressionado no quarto trimestre, e diversos analistas ficaram bem desapontados com o desempenho da companhia de saneamento paranaense.
Dada a nova conjuntura, o Safra cortou para neutra a recomendação das ações da Sanepar, além de ter amassado o preço-alvo estimado até o final do ano de R$ 38,50 para R$ 25,8.
“Um mix prejudicial encabeçado por indicações desfavoráveis da revisão tarifária preliminar, aumento da percepção de risco regulatório, somados à desafiadora situação hídrica que paira no Paraná, arrastando-se de 2020 até hoje”, são motivos de sobrancelhas em pé segundo o analista Daniel Travitzky, que assina o relatório do banco a clientes.
A Sanepar presenciou seu lucro cair 24,6%, para R$ 291 milhões, enquanto a receita somou R$ 1,2 bilhão, redução de 7,7% no último trimestre de 2020.
Aprofundando a questão tarifária, Travitzky salienta que os números preliminares da revisão, divulgados pela agência reguladora estadual (AGEPAR), vieram bem abaixo das expectativas, embutindo ameaças às finanças da Sanepar.
“Apesar da recente recuperação dos níveis de água nos reservatórios — que chegaram a 48,3% da capacidade neste mês contra 30,2% no 3° trimestre de 2020 –, a situação hídrica no Paraná ainda é crítica. A Sanepar opera com racionamento, em esquema de 36 horas, cuja rotação deve ser mantida”, comenta o analista, prevendo que o racionamento se prolongue até que os reservatório atinjam 60% da capacidade.
Veja a seguir a recomendação para as units da Sanepar:
Empresas | Ticker | Recomendação | Preço-alvo (R$) | Valorização (%) |
---|---|---|---|---|
Sanepar | SAPR11 | Neutra | 25,8 | 15,6 |