A tecnologia blockchain pode nos ajudar durante épocas de crise?

Em um artigo ao site Decrypt, o defensor do bitcoin e da tecnologia cripto Paul McNeal descreve algumas maneiras de como a tecnologia blockchain (mais especificamente, o blockchain Bitcoin), poderia nos ajudar a combater crises econômicas, raciais e sanitárias.

Ele sugere que muitos que não entendem como a tecnologia blockchain funciona precisam ter paciência e focar mais no protocolo e sua moeda, pois foram estes que começaram essa revolução tecnológica.

Para sustentar seu argumento, ele começa falando do aspecto de identidade que o blockchain fornece. Atualmente, nossos dados pessoais estão espalhados pela internet sem que déssemos permissão.

Aquele login que fizemos para ver o resultado de um teste bobo, o CPF que damos pra comprar um livro, o e-mail e senha que fizemos para um aplicativo de filtros engraçadinhos… Tudo isso está em alguma parte da internet e, a menos que você seja um superhacker, é um pouco difícil saber onde estão e como removê-los.

Segundo McNeal, essa é uma das possibilidades da tecnologia blockchain: ter controle sobre seus próprios dados e decidir quais serão compartilhados com empresas, e não dar esse controle de mão beijada a outras instituições.

Ele explica que “você terá a capacidade de interagir com a tecnologia e vice-versa. Por quê? Porque foi verificado que você é você. Você não pode mentir sobre isso. Se Paul McNeal está no blockchain, é Paul McNeal. Não há como falsificar isso”.

Ele acrescenta:

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Quando eu entrar em um prédio, reconhecerá quem eu sou. Poderei ter acesso com base nisso. Alguns podem dizer que é meio “Big Brother”, controlando você, mas isso não é verdade. Ninguém pode “controlar” a tecnologia do blockchain Bitcoin dessa forma.

Isso nos dará a possibilidade de mudar nossas interações e relações humanas que transformam a nossa cultura. Hoje, abrimos muito mão de nossos dados pessoais.

Hoje em dia, se quero entrar em uma casa noturna, preciso fornecer ao segurança a minha carteira de habilitação — incluindo meu nome, endereço e outras informações pessoais.

Se eu tivesse uma identidade baseada em blockchain, a casa noturna iria escaneá-la e ver que sou maior de idade. Essa é a única informação que eles precisariam saber.

Também podemos pensar em quando compramos um livro pela internet. Damos nosso nome completo, data de nascimento, CPF, endereço residencial, endereço de e-mail, criamos um nome de usuário e confirmamos o e-mail, fornecemos nossos dados de cartão de crédito para então realizarmos o pagamento.

No máximo, eles precisariam do endereço e do nome de quem o livro seria entregue, e não de todas essas outras informações. Assim como McNeal argumentou, abrimos mão (e muito) de nossos dados pessoais.

Ele diz que há outras formas de o blockchain nos ajudar na sociedade. Ele faz menção ao caso George Floyd, em que cidadãos em todo o mundo clamam por justiça:

Apesar de não ajudar diretamente a evitar uma situação como a que aconteceu com George Floyd, poderia ajudar a rastrear a reputação de um policial.

Se um policial possui um histórico horrível, a tecnologia blockchain iria documentar essa informação. Com um sistema automatizado, seria mais fácil afastar policiais corruptos logo em que ultrapassassem certo limite.

Isso seria muito útil pois, ao publicar inúmeros registros de corrupção, esses dados não podem ser alterados nem excluídos e estarão para sempre no blockchain, não podendo ser refutados nem tidos como “falsos”, pois haverá validação na rede antes da publicação.

Por fim, ele pede que tenhamos paciência pois, mesmo que queiramos tudo para ontem, que a tecnologia mude muitos dos sistemas já ultrapassados, ainda não sabemos o alcance máximo que essa tecnologia tão nova poderá ter no mundo.

Se você quiser saber mais sobre como a tecnologia cripto poderá mudar (e muito) inúmeros aspectos e substituir sistemas ineficientes, confira as tags “Futuro Cripto”.