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A supercriptografia do Bitcoin: é possível evitar a ameaça dos computadores quânticos?

16 nov 2020, 16:11 - atualizado em 16 nov 2020, 16:11
A ameaça da tecnologia quântica é enorme,pois será possível revelar qualquer segredo de todos os governos, zerar contas bancárias e sobrecarregar usinas nucleares (Imagem: Freepik/macrovector)

Um dos receios da comunidade cripto são os computadores quânticos, equipamentos capazes de realizar milhões de cálculos rapidamente a fim de detectar fraudes.

Porém, sabemos que, mesmo que o bitcoin não tenha sido criado para fins ilegais, muitos utilizam sua natureza criptográfica para o mal e “mancham” a reputação para aqueles que não conhecem a tecnologia.

Para garantir a segurança da rede, Satoshi Nakamoto, o anônimo criador do sistema Bitcoin, usou criptografia para garantir que a rede não fosse hackeada nem manipulada. Isso foi há mais de 12 anos. E agora com tantos avanços no setor computacional?

Já explicamos que, para receber ou enviar bitcoins, é preciso ter um endereço de carteira de bitcoin que, em vez de utilizar um nome de usuário e senha, fornece doze palavras-chave aleatórias que, inseridas na ordem correta, dão acesso a seus bitcoins.

É possível perder acesso a suas chaves privadas se você se esquecer das doze palavras, mas é quase impossível hackear ou descriptografar uma carteira de bitcoin, graças à forte criptografia de Nakamoto.

Porém, computadores quânticos podem ser uma ameaça a essa forte segurança. Isso porque existem protótipos capazes de descobrir qualquer senha criptografada.

Segundo o Decrypt, daqui a uma década o computador quântico da Google estará disponível nas lojas. Porém, segundo Andersen Cheng, CEO da empresa de tecnologia de cibersegurança Post Quantum, esse tipo de computador já está sendo desenvolvido em segredo por governos e podem estar disponíveis em até três anos.

A ameaça dessa tecnologia é enorme, pois será possível revelar qualquer segredo de todos os governos, zerar contas bancárias e sobrecarregar usinas nucleares. 

Assim, essas máquinas também poderiam destruir o bitcoin, pois um hacker poderia usá-las na engenharia reversa em suas chaves privadas e descobrir suas chaves públicas e zerar sua carteira de bitcoin.

Para evitar uma catástrofe total, tanto em âmbito social como econômico, Cheng afirma que sua empresa Post Quantum criou um protocolo de criptografia resistente a quantum, que pode ser usado por bancos e governos para criptografar seus arquivos, além de blockchains para evitar que as pessoas hackeiem a rede.

O protocolo criptografa uma mensagem ao enchê-la de dados redundantes e a corromper com erros aleatórios. O recebedor do texto criptografado com a chave correta saberá quais são os dados errôneos e como corrigir quaisquer erros.

“As pessoas podem realizar uma invasão usando esses computadores quânticos mas, pelo que entendemos agora, poderão fazê-lo, mas levará um bom tempo”, afirma CJ Tjhai, um dos cofundadores da Post Quantum. Isso porque computadores quânticos não foram criados para serem tão eficientes na descoberta desses tipos de senhas.

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