Internacional

A solução de Milei para dolarizar a moeda da Argentina foi por água abaixo? Entenda

29 abr 2024, 16:01 - atualizado em 29 abr 2024, 16:01
Javier Milei, Argentina, Internacional, Dólar, Peso
Javier Milei queria dolarizar a Argentina desde sua campanha presidencial, no entanto, o peso andou para o lado da estabilização (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

O presidente da Argentina, Javier Milei, parece ter finalmente alcançado sua meta após quatro meses no cargo: estabilizar o peso, moeda do país.

Durante sua campanha presidencial, Milei se referiu ao peso como um “excremento”, e prometeu que iria eliminá-lo de circulação no país, caso vencesse. A ideia era trocar a moeda local pelo dólar.

Apesar dos planos, a moeda não somente parou de cair a cada dia, bem como se recuperou com força, durante o período em que Milei está no comando.

Segundo o Bloomberg Línea, a moeda argentina disparou 25% contra o dólar no mercado paralelo nos últimos três meses, sendo o maior ganho dentre as moedas monitoradas pela casa. O que é surpreendente, visto que o país estava em uma fase de queda livre interminável.

Argentina: O que Milei tem feito com a economia do país?

Desde dezembro de 2023, quando assumiu a cadeira da presidência, Milei vem fazendo grandes esforços, como reduzir o gasto público, além de restringir a demanda na economia do país e controlar a inflação — na qual havia disparado para quase 300% ao ano.

Para ele, sua retórica para descrever o ajuste fiscal é como “o maior da história da humanidade”, o que pode ser visto como um exagero. No entanto, os cortes representam quase 4% do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina.

Sendo assim, apesar de valorizado, a mudança acende alguns alertas ao mercado. Segundo estimativas de funcionários do Banco Central, por exemplo, a brusca mudança seria maior do que 90% de todos os realizados no mundo nas últimas décadas.

Os cortes nos gastos afundaram a economia em uma profunda recessão, gerando alerta à analistas. Ou seja, à medida que o desemprego começar a aumentar, a pressão política para suavizar os cortes de gastos ganhará força. Nas últimas semanas, a Argentina assistiu a uma onda de manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas.

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