Selic: A ‘sinuca de bico’ do Banco Central, segundo gestora de Gustavo Franco
O Banco Central terá uma tarefa difícil pela frente, destaca consenso de julho da gestora Rio Bravo, de Gustavo Franco, em documento obtido com exclusividade pelo Money Times.
- Stock Picking Day 2024: descubra como os melhores investidores do Brasil encontram as ações vencedoras da Bolsa de Valores; retire seu ingresso gratuito
Segundo Evandro Buccini, sócio e diretor de gestão de crédito e multimercado, José Alfaix, economista da Rio Bravo, a deterioração do ambiente doméstico, “paralelamente à dubiedade do cenário externo, transmite dúvidas a respeito da continuidade do ciclo de cortes e já se manifesta nas revisões altistas do Focus”.
Na última segunda, o boletim manteve a perspectiva de Selic em 10,50% até o final do ano, ou seja, sem cortes para este ano. Lembrando que o Banco Central pausou os cortes no Copom da semana passada, citando as incertezas com os dados inflacionários.
“Com a narrativa de desancoragem das expectativas de inflação sondando o comitê de política monetária, espera-se uma reação mais cautelosa (e alinhada) dos membros na próxima reunião”
Para a gestora, o diagnóstico é de uma economia doméstica que cresce com excessos.
Na divulgação do PIB do primeiro trimestre, notou-se um crescimento de 0,8% da economia em relação ao último resultado, majoritariamente puxado pelo setor de serviços com 1,4% (vestuário sendo o destaque), e uma recuperação do setor agrícola de 11,3%.
No IPCA, a inflação foi de 0,46% contra os 0,42% esperados pelos economistas, e o indicador chega à casa de 3,93 na variação de 12 meses.
“Os olhares se voltam ao componente de serviços, que chega ao patamar de 5,09% no acumulado 12 meses, com serviços subjacentes e serviços intensivos em trabalho crescendo 0,41% e 0,49% no mês, respectivamente.”, coloca.
Já o mercado de trabalho continua em patamares elevados em relação àquela que “definimos como “taxa neutra de desemprego”.
“A PNAD mostra uma taxa de desocupação de 7,5% enquanto temos uma taxa de equilíbrio estimada em 9,25%, podendo ser definida como o nível de ocupação que não gera pressões inflacionárias advindas do desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de trabalho (NAIRU)”.