A troca de acusações entre a Americanas (AMER3), bilionários e ex-CEO
A Americanas (AMER3), por meio de nota enviada ao Money Times, disse que refuta “veementemente” as argumentações apresentadas pelo ex-CEO Miguel Gutierrez à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na véspera da apresentação do relatório final.
“A Americanas reitera que o relatório apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito em 13/06, baseado em documentos levantados pelo Comitê de Investigação Independente, além de documentos complementares identificados pela Administração e seus assessores jurídicos, indica que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada pelo senhor Miguel Gutierrez”, disse.
A empresa disse que “confia na competência de todas as autoridades envolvidas” nas apurações e investigações e destacou que é a “maior interessada no esclarecimento dos fatos e irá responsabilizar judicialmente todos os envolvidos”.
A holding LTS, do trio de bilionários, também rejeitou as acusações de Gutierrez. Segundo a LTS, os comentários do ex-presidente da Americanas “não trazem qualquer prova de suas alegações nem refutam evidências de sua participação na fraude”. A holding afirma que o que houve na Americanas foi uma “fraude ardilosa”.
O que o ex-CEO da Americanas disse à CPI
No final da tarde de segunda-feira, Gutierrez, que ficou por duas décadas no comando da companhia antes de ser substituído por Sergio Rial no início deste ano, enviou uma carta de 17 páginas aos membros da CPI que investiga a crise na rede varejista.
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No documento, Gutierrez afirma que “nunca soube” que a pressão dos controladores da Americanas por resultados “teria levado a atos de manipulação da contabilidade”, afirmando que o setor tinha “forte influência e controle” dos “acionistas de referência”, os bilionários Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.
A CPI que investigava o rombo contábil de mais de R$ 40 bilhões da Americanas divulgou na sexta relatório final sem apresentar um parecer conclusivo. O documento de 338 páginas e 7 capítulos reconhece a existência de uma fraude, mas não imputa responsabilidades a indivíduos ou instituições. Em um tom mais vago, o relatório sugere um “possível” envolvimento da antiga diretoria da companhia.
*Com informações da Reuters