A recuperação começou? Ibovespa ‘fura’ resistência e abre caminho para ‘pernada’ de alta, vê Itaú BBA
Depois de semanas de quedas, encolhendo 10% entre setembro e dezembro, o Ibovespa sobe mais de 2% em duas sessões. Na última segunda, o índice disparou 1% em meio a notícias de que Donald Trump iria aliviar suas tarifas de importação, que foi negada, mas que nem por isso prejudicou o desempenho da bolsa.
Nesta terça, o índice volta a subir forte. Por volta das 12h16, tinha alta de 0,94%, a 121.152 mil pontos, chegando a bater 121.310 na máxima.
De olho no gráfico, o Itaú BBA calcula que se ultrapassar os 120.800 pontos, abrirá caminho para uma recuperação e encontrará próxima resistência em 125.400 pontos, que passa a ser a referência mais importante para a tendência de baixa.
Os analistas dizem, apesar disso, que o ano começou com os mesmos desafios do último trimestre, com a dificuldade em engatar uma recuperação consistente a ponto de dar uma trégua na tendência de baixa.
“Em algum momento deve parar, mas quando? Será que a recuperação está a caminho depois de ontem? Importante o investidor entender que após um período longo de queda, sempre abre uma janela de oportunidade”, escrevem.
O momento segue de cautela e de reduzir a volatilidade da carteira.
Por que o Ibovespa sobe?
Analistas que conversaram com o Money Times destacam que o Ibovespa está barato. “Nós temos um índice bem amassado, tecnicamente bem sobrevendido. Tem muita coisa barata. Então, qualquer pelinho em ovo já vira um catalisador para recuperação”, diz Victor Benndorf, da corretora que leva o seu nome.
Sem grandes acontecimentos, o foco recai sobre as reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros ao longo do dia, novos dados econômicos e entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews, às 13h30.
No retorno de suas férias, na véspera, Haddad disse que não há discussão no governo que envolva mudanças no regime cambial ou que passe por aumento de impostos para conter a saída de dólares do país.
No mesmo dia, pesquisa Focus, do Banco Central, mostrou que analistas esperam uma Selic mais alta neste ano, com inflação maior em 2025 e 2026.
“O mercado está atento ao leilão de títulos do Tesouro, o primeiro de 2025, que pode dar pistas sobre a trajetória dos juros futuros no Brasil”, acrescentou o analista-chefe da Terra Investimentos, Régis Chinchila, em comentários.
Segundo o analista, os investidores seguem aguardando os próximos dados e declarações que possam dar um rumo mais claro aos mercados.
Com informações da Reuters