A quatro dias das eleições, Bolsonaro usa denúncia sobre inserções para intensificar ataque ao TSE
Alvo constante de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esteve na mira do candidato a reeleição mais uma vez nesta quarta-feira, a apenas quatro dias do segundo turno das eleições, agora envolvendo a acusação feita por sua campanha de que há irregularidades na propaganda eleitoral no rádio.
“É o assunto do momento, mais uma do TSE. Vocês estão acompanhando as inserções do nosso partido que não foram passadas em dezenas de rádios pelo Brasil. Sou vítima mais uma vez. Onde poderiam chegar as nossas propostas, nada chegou”, disse Bolsonaro em comício em Minas Gerais.
O assunto sobre a suposta irregularidade na campanha de rádio tem ganhado corpo na campanha do candidato à reeleição desde segunda-feira, quando a equipe de Bolsonaro apresentou uma denúncia, sem provas consideradas cabíveis pelo TSE, de que inúmeras rádios do país não estariam veiculando adequadamente as inserções eleitorais do presidente.
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Na terça-feira, em reposta ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que dera prazo de 24 horas para a apresentação de provas para embasar a denúncia, os advogados da campanha apresentaram apenas um recorte de poucas rádios dos Estados da Bahia e Pernambuco que estariam descumprindo a regra de veiculação isonômica das inserções entre os dois candidatos.
Nesta quarta-feira, no entanto, o servidor Alexandre Machado foi exonerado do TSE, o que alimentou ainda mais o discurso bolsonarista. A corte informou que em virtude do período eleitoral a gestão do tribunal vem realizando alterações gradativas em sua equipe.
Mas Machado, que estava lotado como assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência e trabalhava na área do TSE que trata das inserções, decidiu prestar depoimento na Policia Federal e disse que desde 2018 vinha apontando problemas nas veiculações da propaganda eleitoral, segundo documento obtido pela CNN Brasil.
“E não será demitindo um servidor do TSE que o TSE colocará uma pedra nessa situação. Aí tem dedo do PT… O que foi feito, comprovado por nós, pela nossa equipe técnica, é interferência, é manipulação de resultado… lamentavelmente PT e TSE têm muito que se explicar nesse caso”, acrescentou Bolsonaro, sem elaborar como o PT poderia estar envolvido no caso.
Em nota, a corte lembrou “que não é função do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) distribuir o material a ser veiculado no horário gratuito. São as emissoras de rádio e de televisão que devem se planejar para ter acesso às mídias e divulgá-las seguindo as regras estabelecidas”.
Também em nota, a Associação de Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (Asserpe) assegurou cumprimento da norma legal e disse confiar na apuração das autoridades.
A acusação sobre as supostas irregularidades nas inserções de rádio acontece num momento tenso para a campanha de Bolsonaro, pressionada pela repercussão da prisão, após resistência com tiros de fuzil e granadas de efeito moral, do ex-deputado Roberto Jefferson, aliado do presidente, no último domingo. Na ação, Jefferson feriu dois agentes da Polícia Federal.
De acordo com as principais pesquisas eleitorais, Bolsonaro está entre 4 e 6 pontos atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial que se encerra no próximo domingo.
Desde o começo da campanha, o atual presidente vem atacando o TSE e afirmando, sem provas, que o sistema de votação eletrônico é passível de fraude. Nas últimas semanas, Bolsonaro e aliados também têm acusado o TSE de perseguir sua candidatura.
O atual mandatário já disse que só reconhecerá os resultados se as eleições forem limpas e transparentes, sem detalhar o que isso significa, aumentando o temor de adversários e observadores internacionais que ele não acate uma eventual derrota.
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