Comprar ou vender?

A poucos passos da privatização: Sabesp (SBSP3) está ‘muito atrativa’ e deve saltar ‘significativamente’; é hora de comprar?

18 abr 2024, 11:42 - atualizado em 18 abr 2024, 13:45
sabesp privatização
Em meio ao processo de privatização, ações da Sabesp estão muito atrativas, dizem analistas (Imagem: Reprodução/Sabesp)

Os analistas estão otimistas quanto ao avanço da privatização da Sabesp (SBSP3). Ontem (17), a Câmara Municipal de São Paulo votou a favor da desestatização e, hoje (18), a companhia aprovou a modelagem final para a alienação parcial de ativos detidos pelo Estado, via oferta pública de ações.

Na análise do Itaú BBA, os novos termos de governança da Sabesp e as diretrizes da oferta são “muito positivos”, pois aumentam a probabilidade de atrair um investidor estratégico.

“Acreditamos que isso seria crucial para acelerar a implementação das mudanças necessárias para aumentar a eficiência da empresa e alcançar a universalização dos serviços até 2029”, afirma o analista Marcelo Sá.

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Até então, circulam na mídia os nomes de AEGEA, Equatorial, Cosan, Votorantim e IG4 como potenciais investidores estratégicos. Não há nada confirmado.

A Genial Investimentos destaca ainda que a Câmara aprovou a adesão do município ao URAE — bloco de municípios que utilizam a mesma fonte de água e esgoto — em caso de desestatização. “Por se tratar do município mais relevante do bloco, a sua aceitação era fundamental para o processo”, diz.

“Seguimos confiantes no processo de privatização e entendemos que existe potencial relevante em caso de materialização do evento”, completa.

Tanto o BBA quanto a Genial recomendam a compra de Sabesp. O analista Marcelo Sá diz que a avaliação atual da ação é “muito atrativa” e, com a nova estrutura de negócios, o preço “pode aumentar significativamente sem comprometer a entrada do investidor estratégico”.

No pregão desta quinta-feira, SBSP3 operava em alta de 1,46%, cotada a R$ 82,63, por volta das 11h30.

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A privatização da Sabesp

Os analistas destacam que o processo de privatização da Sabesp avança de acordo com o cronograma divulgado. Após a aprovação da Câmara Municipal de São Paulo, os próximos passos são:

  1. aprovação do modelo de concessão, diretrizes de oferta e termos de governança pelo Conselho Estadual de Desestatização (CDPED);
  2. assinatura do novo contrato de concessão pela URAE (maio);
  3. aprovação dos detalhes da oferta e preço mínimo pelo CDPED (maio/junho); e
  4. lançamento da oferta (provavelmente junho/julho) — segundo a companhia, o prazo para precificação é agosto.

As diretrizes para a oferta são dividas em dois blocos. O primeiro se refere ao processo competitivo para definição do investidor estratégico — que fará uma oferta por 15% de participação, com prazo de lock-up de cinco anos. Os dois lances mais altos irão para o segundo bloco, em que será decidido o melhor investidor no processo de bookbuilding.

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Entre os principais detalhes da futura governança, os analistas destacam a participação do governo de São Paulo, que será reduzida de 50,1% para pelo menos 18% e um máximo de 30% e a adesão de nove conselheiros.

Além disso, o período de lock-up termina em 2029, podendo o investidor estratégico vender parte das ações adquiridas a partir de 2030. Os termos de governança serão válidos até 2034 se o investidor estratégico mantiver pelo menos 10% de participação na empresa.