A nova variante do vírus derruba os mercados
Bom dia!
Antecipamos a sangria de Ano Novo, minha nossa. Os mercados foram para baixo com força no pregão de ontem (21), reagindo ao risco fora do radar de uma nova cepa do vírus e ao consequente lockdown mais severo (não tanto quanto o de março) no Reino Unido, com suas fronteiras fechadas para vários países.
Ao longo do pregão, contudo, os mercados perceberam que novas variantes do vírus não são raras; pelo contrário. Mesmo que a queda fosse arrefecida em várias localidades, ainda perdemos bastante no próprio Ibovespa.
Diante da agenda com alguns indicadores relevantes, as Bolsas abrem subindo bem na Europa, assim como nos futuros dos EUA. A ver…
- Fim das férias antecipado
Paulo Guedes antecipou o fim de suas férias e está em Brasília com sua equipe e alguns outros ministros, de modo a garantir que nada bizarro seja aprovado e diminua as chances de uma retomada da agenda reformista a partir de 2021.
No “sell-off” de ontem, em que os vendidos levaram a melhor no vencimento das opções, quase nem debatemos a apreensão quanto à possibilidade de votação na Câmara da PEC dos municípios — a questão só foi retirada da pauta quando o mercado estava fechado.
Basicamente, a PEC eleva em 1% as transferências da União para os municípios, proporcionando ao Tesouro um gasto adicional de R$ 4 bilhões por ano — uma verdadeira bomba fiscal em um contexto no qual precisamos voltar a discutir reformas.
Ontem (21), Maia ajudou o governo ao dar tempo para que organize sua base e consiga barrar a votação, retirando novamente a questão de pauta. Deveremos ver mais cenas dessa novela hoje, enquanto ainda nos preocupamos com i) o plano de imunização para 2021 e ii) a disputa pela sucessão na Câmara. Se o Brasil engatar com o mundo, há chance de esboçar uma recuperação hoje.
- Pacote aprovado
O pacote fiscal dos EUA, que incluiu medidas verdes em sua composição, foi aprovado na noite de ontem, conforme o esperado. No texto, as isenções fiscais para energia renovável foram estendidas, antecipando as prioridades de sustentabilidade do presidente eleito Biden.
Adicionalmente, o pacote de ajuda deixa de fora dois dos elementos que mais geram brigas durante as negociações: proteções legais para empresas contra ações judiciais por coronavírus, pauta dos republicanos e ajuda direta para governos estaduais e locais, defendida por democratas.
Além disso, aquela disputa acendida por Mnuchin, secretário do Tesouro, quanto aos poderes de empréstimo de emergência do Fed foi resolvida, aliviando uma tensão sobre os ombros do mercado.
Ainda a respeito deste tema, Steven Mnuchin disse também que o governo começaria a enviar cheques de US$ 600 a milhões de americanos na próxima semana. Se for verdade, será melhor do que o previsto. Ao passo que os investidores percebiam que a nova cepa não seria um apocalipse, o pacote americano serviu de suporte para as Bolsas. Continuando assim, hoje poderá também servir.
- A nova cepa
Enquanto as discussões em torno do Brexit seguem indefinidas, ainda debatendo a questão da pesca, a Europa proporcionou outro tipo de tensão ontem. Preocupados em ir leves para a ceia de Natal, investidores preferiram vender com força ontem por conta da nova mutação da Covid-19 no Reino Unido, que resultou em um bloqueio difícil em Londres e no sudeste da Inglaterra, além de levar vários países a bloquear as viagens para a Grã-Bretanha.
A variante mutante, denominada B117, seria até 70% mais transmissível do que o vírus usual e já teria sido detectada na Holanda, Dinamarca e Austrália. Como falamos aqui ontem, porém, até o momento, não há evidências de que as mutações estejam afetando o curso da doença em pacientes infectados ou a eficácia das vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento — elas já são produzidas visando uma amplitude de variantes.
Hoje, o mercado já está um pouco menos assustado com a nova cepa do coronavírus, após garantia da OMS e de cientistas de que as vacinas são eficazes contra a mutação — adicionalmente, os vírus mudam o tempo todo e isso é normal, sem falar que não há sinais de que a nova cepa cause doença mais severa. Agora, resta acompanhar de perto novos desdobramentos ligados ao vírus, enquanto a vacina segue firme em várias localidades. Na União Europeia, inclusive, o regulador deu sinal verde para a vacina da Pfizer/BioNTech, permitindo que a Comissão Europeia a libere.
- Anote aí!
No Brasil, vale acompanhar o IPCA-15, prévia da inflação oficial brasileira, que deverá confirmar se o repique inflacionário que vivemos no segundo semestre já está arrefecendo. No exterior, os números revisados do PIB do Reino Unido e dos Estados Unidos do terceiro trimestre serão entregues – a menos que haja uma surpresa muito fora do radar, o indicador não deverá chamar tanto a atenção assim, uma vez que se trata de uma revisão.
Por sinal, os dados geralmente têm sido revisados com mais vigor, especialmente por ser um ano de pandemia, em que o grau de adaptabilidade humana é subestimado. Além disso, vale acompanhar também os dados de inflação americana. Teremos o deflator de despesas de consumo pessoal, o qual, ao contrário dos preços ao consumidor, inclui mudanças nos padrões de consumo.
- Muda o que na minha vida?
A inflação dos preços ao consumidor relatada é baixa nas principais economias do mundo. Os consumidores não estão inclinados a acreditar nisso.
É provável que eles pensem que a inflação é mais alta do que é divulgado. Contudo, ninguém tem falado com pragmatismo da mudança do padrão de consumo que vivemos. Em dia de IPCA-15 no Brasil e fator de deflação nos EUA, vale comentar um pouco o tema. Basicamente, as pessoas estão gastando mais com comida em casa e, consequentemente, o preço dos alimentos em casa está aumentando mais do que o índice em si.
Em quase todas as grandes economias, a inflação dos preços dos alimentos é significativamente mais rápida do que a geral. Nos EUA, esse tipo de inflação é quase 2,5% mais rápido que a inflação geral dos preços ao consumidor.
Nas principais economias da UE, a diferença é de 1,7% a 2,2%. Portanto, o índice cheio, mesmo no núcleo (que exclui os itens mais voláteis), poderá estar subestimando a realidade da inflação. Será uma coisa que discutiremos a partir de 2021, uma vez que a inflação será o indicador que o Fed acompanhará para mudar sua taxa de juros.
Fique de olho!
Ultrapassamos a metade do mês de dezembro.
A máxima de que depois de agosto o ano termina em um piscar de olhos parece mesmo proceder. Mais uma semaninha e alguns dias para deixarmos 2020 e pularmos de cabeça em 2021.
E se 2020 é o ano que custa a terminar, talvez ainda estejamos, de alguma forma, presos em 2019.
Vamos explicar. É mais simples do que parece.
Estamos de volta aos patamares e perspectivas da virada de ano de 2019.
A Bolsa não apenas bateu os 115 mil pontos de dezembro de 19, como já ultrapassou esse patamar e abriu a semana na casa dos 118 mil pontos.
Voltamos ao cenário de boas perspectivas de mercado, mas com uma realidade que pode ser ainda mais promissora, do ponto de vista de economia e mercado.
Temos um nível diferente de competição entre as empresas, maior digitalização de serviços, empresas e indústrias com avanços de 5 ou mais anos…
É possível enxergar um desenho do que pode ser a formação de um novo varejo, uma nova economia e tudo que o futuro está a nos oferecer… tudo isso pode nos deixar diante do que nós, aqui da Vitreo, estamos chamando de: O Maior de Todos os Recomeços.
Essa tese não poderia estar vinculada a um fundo que não fosse o Carteira Universa .
Ele tem todas as características para aproveitar esse movimento de recomeço, com os mercados e economia nos mesmos patamares promissores de dezembro de 2019.
Como sempre é feito, após um processo de dupla validação por conta do time de gestão da Vitreo, as análises e estratégias feitas por Felipe Miranda, João Piccioni e Fernando Ferrer, no relatório Carteira Empiricus servem de inspiração para o que é feito no nosso fundo.
Está tudo no vídeo gravado por Jojo. Toda a tese e perspectivas para 2021. Você pode ter acesso a tudo isso, agora, clicando no botão abaixo.
[QUERO ASSISTIR AO VÍDEO – O MAIOR DE TODOS OS RECOMEÇOS ]
Um abraço,
Equipe Vitreo