Internacional

A nova ferramenta de Al Gore contra a mudança climática

30 out 2019, 17:07 - atualizado em 30 out 2019, 17:07
A camada superficial do solo, mais ou menos 30 centímetros sob a terra, é responsável por quase toda a produção de alimentos no planeta (Imagem: Wikimedia Commons)

A fazenda de 160 hectares de Al Gore está localizada em Carthage, uma pequena cidade do Tennessee, onde o ex-vice-presidente e senador tradicionalmente iniciava suas campanhas políticas.

Durante seu segundo ato como famoso ambientalista, a fazenda se tornou o local de um programa de treinamento para aspirantes a ativistas climáticos e, mais recentemente, um experimento no que Gore disse ser a chance mais realista do mundo de evitar uma catástrofe climática.

A camada superficial do solo, mais ou menos 30 centímetros sob a terra, é responsável por quase toda a produção de alimentos no planeta. Também armazena três vezes mais carbono do que as florestas.

Hoje, a agricultura é um emissor líquido de carbono, contribuindo com cerca de 14% de todas as emissões de gases de efeito estufa, mas, diferentemente da geração de energia ou dos automóveis, pode ser transformada em um absorvedor líquido, retirando o carbono da atmosfera.

Se as práticas agrícolas forem alteradas pelo uso de cultivos de cobertura, plantio direto e de árvores, disse Gore, os conglomerados agrícolas e agricultores familiares poderiam teoricamente tornar suas fazendas mais produtivas enquanto combatem o aquecimento global. Essas mudanças também podem repor nutrientes no solo do mundo, dos quais 33% já foram esgotados.

Um círculo virtuoso, se é que existe algum – e que já está atraindo a atenção de agricultores, consumidores e empresas de alimentos.

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No início deste mês, Gore convidou especialistas em solo, agricultores, cientistas entre outros para se juntarem a ele no debate sobre como dimensionar a agricultura regenerativa (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Gore, 71 anos, prega os benefícios da chamada agricultura de carbono, uma forma de agricultura regenerativa, em um momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, tenta reverter os regulamentos destinados a limitar as emissões de gases de efeito estufa. E, embora a política climática baseada na ciência tenha sido um tópico de destaque na campanha presidencial democrata, o tema nem sempre é visto como prioridade.

Gore continua em ação. Seu laboratório foi a fazenda onde seus pais criaram gado e cultivaram tabaco. No início deste mês, ele convidou 450 especialistas em solo, agricultores, cientistas, chefs, especialistas em alimentos, empresários e investidores – para se juntarem a ele no debate sobre como dimensionar a agricultura regenerativa em algo que possa realmente atrasar a mudança climática.

“Esperamos muito tempo para começar a a abordar a crise climática”, disse Gore aos convidados. “Precisaremos reduzir drasticamente as emissões e retirar o máximo de carbono possível da atmosfera.”

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