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Clima dificulta plantio de grãos em regiões do RS e produtor fala em plantar somente 60% da área de soja

21 jan 2025, 15:21 - atualizado em 21 jan 2025, 15:41
Rio grande do sul soja (1)
(iStock.com/Sanya Kushak)

O Rio Grande do Sul, principalmente a região central do estado, convive com um cenário desafiador devido a uma série de fatores climáticos adversos. Produtor relata que vai plantar somente em 60% da área que seria destinada à soja, por exemplo.

Segundo a Emater-RS, os agricultores enfrentam desde maio dificuldades no manejo do solo por conta das fortes chuvas que prejudicaram o preparo das áreas para plantio. Esse cenário resultou no atraso no plantio de culturas como o arroz, soja e milho. Além disso, a pecuária também foi afetada pela seca prolongada.

Por outro lado, desde o início de dezembro, o estado tem enfrentado uma escassez de chuvas significativas, que já superou 30 dias em algumas regiões, justamente em um período crucial para o desenvolvimento das culturas, como a floração e o enchimento do grão.

Apesar dos problemas nessas áreas, Luis Bohn, gerente técnico da Emater-RS, explica que áreas próximas a Caxias do Sul e Erechim, no Nordeste e Noroeste do estado, registraram bons volumes de chuva, ajudando a safra de grãos e uva desses municípios.

Os efeitos para soja, milho e arroz

A soja, com 1,063 milhão de hectares, foi a principal cultura afetada, com 35% da área em fase reprodutiva sofrendo danos significativos devido à falta de água.

O milho também foi bastante impactado. “Embora parte do grão destinado à silagem já tenha sido colhida, a cultura de grãos está sofrendo consideráveis prejuízos devido à seca. A área total de milho na região é de 46 mil hectares, que se soma a outros 10 mil hectares que correspondem à silagem”, explica Guilherme Passamani, gerente regional da Emater.

Com 122,2 mil hectares, o arroz também enfrenta dificuldades. Embora a área já estivesse sendo reduzida com a necessidade de ajustes nos quadros de irrigação pelas enchentes de maio, a escassez de recursos hídricos para o sistema de irrigação por inundação agravou ainda mais a situação.

A área de arroz está, na maior parte, em desenvolvimento vegetativo, com algumas lavouras mais antecipadas entrando na floração. Mas a falta de água para irrigação continua sendo uma preocupação crescente, especialmente com a diminuição dos níveis de rios, açudes e barragens.

As perdas para soja no ciclo passado

Produtor rural e engenheiro agrônomo, Jair Almeida da Silva cultiva soja e arroz nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Pedro Osório, no sudeste do Rio Grande do Sul, a cerca de 300 quilômetros um do outro.

Com cerca de 400 hectares de arroz e 650 hectares de soja em Santa Vitória, além de 450 hectares de arroz e 700 hectares de soja em Pedro Osório, o cultivo de Jair se mantém constante nos últimos ciclos, com expectativa de 800 hectares de arroz e aproximadamente 1400 hectares de soja para o ciclo atual nas duas regiões.

“Na soja, vínhamos colhendo entre 40 e 50 sacas por hectare, e na safra passada sofremos com fortes chuvas no período da colheita em maio, o que resultou em perdas. Perdemos mais da metade da produção e vimos uma expressiva perda da qualidade da oleaginosa pela chuva no mês, que giraram em torno de 500 a 600 milímetros”, lamenta.

Em função desse cenário, o produtor colheu 190 sacas por hectare de arroz e 22 sacas por hectare de soja em Santa Vitória, enquanto a colheita em Pedro Osório deve ficou em 200 sc/ha para o arroz e 25 sc/ha para a soja.

As expectativas para o ciclo atual

Na safra atual, há expectativa de uma colheita de 200 sc/ha de arroz nas duas propriedades. No entanto, o problema fica por conta da soja.

Jair teve um atraso no plantio da oleaginosa em Pedro Osório por conta do excesso de chuvas entre novembro e dezembro, que ainda não foi concluído. Em Santa Vitória, a semeadura da soja terminou no dia 29 de dezembro. Após isso, as chuvas elevadas deram lugar ao clima seco.

“Devemos plantar somente 60% da área em Pedro Osório por conta do clima seco atual. Com isso, devemos colher entre 40 e 50 sacas de soja. No arroz, as expectativas são boas. Os principais desafios tanto na última como nesta safra ficam por conta do clima bastante errático “.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.