A indústria cripto é uma “terra de ninguém”?
Atualmente, a indústria cripto é uma “terra de ninguém”, já que ninguém consegue prever como será daqui a um ano, de acordo com Bobby Cho, sócio da empresa de investimentos CMS Holdings.
Em uma edição ao vivo do podcast The Scoop, do The Block, Cho afirmou que as recentes oscilações de preço aumentaram a imprevisibilidade da indústria e tornou difícil a identificação de projetos promissores nos quais empresas como a CMS Holdings possam investir.
“Eu realmente sinto que é uma terra de ninguém”, afirmou ele.
“Agora estamos nessa movimentação lateral de preços. Nós acabamos de passar por altas nas últimas semanas e atingimos uma baixa de US$ 3,7 mil. Para diversos projetos que estamos analisando, esses modelos estão um pouco desgastados. Precisam ser atualizados com previsões do que irá acontecer nesse setor.”
Na verdade, esse nível crescente de incerteza fez com que a CMS Holdings migrasse, parcialmente, seus investimentos para estratégias de negociação ativa, de acordo com Cho.
“Estamos aplicando mais capital em nossas estratégias de negociação ativa em vez de investimentos”, continuou ele.
“Não sabemos como o mundo estará daqui a seis, oito ou doze meses, principalmente em relação aos preços atuais de cripto. É muito difícil escolher quais são os vencedores individuais dessa indústria, então você tende a ir mais além e, provavelmente, investir em criptoativos maiores, como bitcoin e ether.”
Em uma nota complementar, Cho destacou a natureza de rápida evolução da infraestrutura subjacente dos criptoativos, incluindo as regras e regulamentações que, de acordo com ele, tornaram quase impossível para empresas fornecerem produtos completamente desenvolvidos.
“Se você tem um tipo muito horizontal de oferta de produto no setor e é extremamente difícil criar um produto que seja muito vertical, ou seja, você cria produtos em outros produtos existentes e os complementa”, afirmou ele.
“A infraestrutura subjacente, como regras e regulamentações, continua a mudar à sua volta. Então como você pode criar um produto robusto e entrar em um acordo em que, nos próximos seis, oito ou doze meses, você não tenha que recriá-lo?”
Ele usou as corretoras como exemplo. Corretoras que foram lançadas logo de início, que ainda dominam a indústria, não incorporaram serviços de recompensas por staking porque não era de interesse da maioria dos usuários dada a infraestrutura existente da época.
“A indústria gosta de falar sobre escalabilidade e produtividade”, continuou ele.
“Embora os protocolos consigam lidar com ambas, conforme mais blockchains são lançados, a infraestrutura sendo criada neles não foi sujeita a testes, assim como vimos acontecer há algumas semanas.”
Confira, abaixo, em inglês, o episódio ao vivo do podcast The Scoop, com a participação de Bobby Cho: