A importância do seguro para os produtores rurais
A agricultura é a forma mais antiga de intervenção do ser humano na natureza e tem papel crucial na alimentação global. Não muito tempo atrás, na década de 1990, uma grave crise econômica levou cerca de 32 milhões de brasileiros a uma situação de insegurança alimentar. Como resposta à situação, foram implantadas políticas públicas de fomento à agricultura familiar.
Um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) calculou que pouco mais de 65 milhões de brasileiros, ou quase 30% da população, vivem em situação de insegurança alimentar moderada e grave.
Nesse cenário, os pequenos produtores passaram a representar a possibilidade de oferta de uma variedade de produtos agrícolas fundamentais para abastecer as comunidades e os mercados locais.
Produtores de verduras, frutas, legumes, grãos e cereais, esses produtores são empreendedores que geram empregos, promovem o desenvolvimento econômico das áreas rurais e ajudam a preservar tradições e práticas agrícolas sustentáveis. Isso ajuda a reduzir a dependência da monocultura, que, muitas vezes, fica suscetível a pragas, doenças e fatores climáticos.
Nesse ponto chamo a atenção para a importância do seguro rural, instrumento de política agrícola, que desempenha papel importantíssimo na proteção desses pequenos produtores e garante uma rede de segurança financeira contra as perdas econômicas e outros fatores.
Por que ter um seguro rural?
Diferentemente do que acontece nos Estados Unidos, onde 90% das áreas rurais são seguradas, no Brasil esse percentual está entre 15% e 16%. O motivo é que aqui ainda é muito caro para o produtor conseguir suportar essa contratação, segundo a Sociedade Rural Brasileira.
Aliás, países como Estados Unidos e China têm em comum a subvenção federal, que é um apoio financeiro ou incentivo fornecido pelo governo, ou outras entidades com o objetivo de promover e apoiar a produção agrícola e o desenvolvimento rural.
Tal prática – que oferece subsídios, isenções fiscais, empréstimos com juros reduzidos e programas de seguro subsidiado – possibilita que os produtores desses países conquistem estabilidade econômica, mitigando prejuízos associados à produção, por conta de flutuações nos preços das commodities, incertezas de mercado até condições climáticas adversas.
A situação é diferente para os produtores que atuam em cooperativas ou que contratam seus empréstimos em bancos. Esses conseguem ter mais acesso e entendimento maior sobre a necessidade do seguro rural.
Assim como fazemos com as nossas casas e nossos veículos, escolher um seguro rural é essencial para o empreendedor. No cardápio de opções de benefícios podemos encontrar o seguro de lavouras, máquinas e equipamentos, propriedades, pecuário, aquícola, vida do produtor rural, entre outros.
Nos lugares mais distantes dos grandes centros é difícil para o empreendedor ter acesso a esse produto. Então, a união das entidades governamentais, não governamentais e empresas do setor privado tem impulsionado o desenvolvimento de programas de seguro rural abrangentes e eficazes. E, mais do que na hora, por conta do avanço da tecnologia e das inovações do setor, esses programas precisam se tornar acessíveis e adaptados às necessidades dos agricultores.
A garantia de proteção contra perdas significativas dá a esses empreendedores confiança para investir em estruturas, modernização de equipamentos e tecnologias avançadas, que resultam no aumento da produtividade e da competitividade de mercado. O resultado, para o benefício de todos da cadeia, é a estabilidade econômica que contribui para a diversidade da produção agrícola e a segurança do abastecimento alimentar.