Coluna do Heverton Peixoto

A importância das taxas de juros para o crescimento econômico

03 ago 2024, 11:00 - atualizado em 03 ago 2024, 12:54
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Uma curva ascendente, na qual as taxas de juros de longo prazo são mais altas, pode indicar um ambiente econômico de inflação esperada ou que há crescimento robusto. (Imagem: Canva Pro)

O crescimento de 0,8% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2024, impulsionado pelo consumo das famílias com o mercado de trabalho aquecido e o aumento da renda é algo auspicioso para o crédito. Porque este é um importante indutor no ritmo da economia, tanto das famílias quanto de empresas, independente do porte e do setor em que elas atuem.

A curva de juros, que representa a relação entre os prazos de vencimento de títulos de dívida e seus respectivos rendimentos, é essencial nesse contexto. Medida com base no cenário macroeconômico e social, o crescimento do PIB impacta também no mercado de crédito, afetando positiva ou negativamente tomadores e fornecedores.

Pegue-se como exemplo o caso do mercado segurador brasileiro, em que parte significativa dos fundos e reservas de seguradoras estão alocadas no mercado financeiro. Quando esse indicador sobe, todo o ecossistema desse segmento comemora – tanto que prevê representar 10% de todo o PIB nacional em 2030, face aos atuais 6,5%.

Uma curva ascendente, na qual as taxas de juros de longo prazo são mais altas do que as de curto, pode indicar um ambiente econômico em que a inflação é esperada ou que há crescimento econômico robusto. Por outro lado, a curva plana ou invertida pode sugerir expectativas de desaceleração econômica, ou deflação.

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Quando há turbulência no mercado financeiro, seja pelo impacto causado pelo PIB, inflação ou taxa de juros, várias consequências podem ser observadas e sentidas no bolso e no dia a dia do brasileiro. Uma delas é que o crédito fica mais restrito.

Nesse cenário, o desafio das pessoas físicas é tomarem crédito para comprar bens móveis ou imóveis; já para as empresas capitaneadas por empreendedores, a batalha é encontrar alternativas que os ajudem a manter o andamento de seus negócios.

Essa conjuntura pode resultar em uma desaceleração da economia, já que o crescimento do consumo e de investimento são um motor importante para o desenvolvimento econômico. Isso também pode impactar nas decisões de longo prazo, como poupança para aposentadoria e educação dos filhos.

A vida moderna apresenta uma infinidade de desafios e oportunidades financeiras. Sem um conhecimento sólido, é fácil se perder na infinidade de informações com as quais lidamos todos os dias.

Daí a importância da educação financeira, essencial para a população e para as organizações que precisam acompanhar as mudanças nos indicadores macroeconômicos para ajustar as estratégias financeiras e de investimento conforme necessário para mitigar os impactos adversos.

Isso inclui saber quando é a hora certa para contrair um empréstimo, refinanciar hipoteca, investir em títulos ou alterar alocações de investimentos conforme o cenário econômico.

Antes de qualquer decisão, a pessoa física ou jurídica deve entender o seu panorama econômico. O ideal é que faça uma análise de receitas e despesas, e mantenha todos os registros detalhados, de forma a controlar suas entradas e saídas.

Especificamente no que tange à pessoa física, a educação financeira é uma jornada contínua de autoconhecimento e crescimento. Saber de onde o seu dinheiro vem e para onde vai, e como as mudanças nas taxas de juros afetam suas finanças pessoais e investimentos, contribui para uma sociedade mais informada e preparada, trazendo resultados positivos para todos.

Não precisamos ser economistas para entender a relação direta da Selic ou do PIB com nossas despesas pessoais, mas quanto mais controle tivermos sobre elas, menor o impacto das oscilações em nosso orçamento – seja no orçamento das nossas despesas pessoais, seja na administração financeira de nossa empresa.

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