A festa junina das bolsas: corte de juros na zona do euro e expectativas sobre política monetária nos EUA animam os mercados; confira esses e outros destaques que mexem com o seu bolso

Correndo o risco de parecer monotemático, é época de festas juninas. Eu sei, já falei disso recentemente, mas desta vez é mais oportuno ainda. 

Isso porque, assim como em uma tradicional quermesse, temos diversas coisas acontecendo ao mesmo tempo — umas boas, outras nem tanto. 

As estrelas da festa foram o S&P e o Nasdaq, que renovaram as máximas históricas no pregão de ontem, impulsionados pela valorização da Nvidia — que chegou a valer US$ 3 trilhões em determinado momento — e pelo relatório de empregos mais recente dos Estados Unidos. 

Apesar do ADP ter vindo pior do que o esperado, esse pode ser um sinal para que o Banco Central dos EUA, o Federal Reserve, afrouxe a política monetária, aliviando as taxas de juros no país. 

Esse cenário poderia subir o som do “pula fogueira” e animar ainda mais as bolsas e ações mundo afora. 

Já as bolsas na Europa estendem os ganhos da véspera enquanto esperam pelo início do show do Banco Central Europeu (BCE), que deve reduzir os juros por lá na reunião da manhã de hoje.

Até mesmo os índices da Ásia, que aproveitaram a festa, encerraram o pregão na madrugada de hoje com ganhos e levaram algumas boas prendas para casa. 

Mas o nosso Ibovespa ficou de fora da diversão. A pressão das commodities metálicas sobre empresas do setor, somada com a produção industrial mais fraca de abril, fez com que a bolsa local registrasse perdas de 0,32%, encerrando o pregão aos 121.407 pontos. 

Já o dólar encostou em R$ 5,30 ao longo do dia e fechou cotado a R$ 5,29, com alta de 0,23% no mercado à vista.

Para hoje, a agenda relativamente mais esvaziada deixa o índice brasileiro à deriva, digerindo a aprovação simbólica do Senado da taxação de 20% sobre compras até US$ 50 — que deve afetar varejistas estrangeiras como Shein, Shopee, AliExpress, entre outras. Por outro lado, isso deve beneficiar as empresas brasileiras do setor. 

O passe para participar da grande quermesse está — além do bom comportamento das bolsas e commodities no exterior — nas falas de Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo ao longo do dia. 

Depois de seis pregões seguidos em queda, o Ibovespa tem chances de sofrer um ajuste positivo hoje — afinal, na semana, o recuo já chega a quase 2%. 

Para saber se o Ibovespa conseguirá participar da quadrilha e comer um milho quente ainda hoje, acompanhe a nossa cobertura completa de mercados aqui no Seu Dinheiro.

O que você precisa saber hoje

A TAXA DAS BLUSINHAS
Vai esvaziar o carrinho? Taxação de compras internacionais até US$ 50 passa no Senado. Saiba o que falta para a cobrança entrar em vigor. A chamada taxa das blusinhas recebeu aprovação simbólica — não houve registro de voto no painel eletrônico — em um acordo entre base e oposição.

FATIADA
Dividida em duas? O anúncio do conselho que deve levar à cisão da GetNinjas (NINJ3) — e o que muda para o acionista. A proposta ainda será submetida à aprovação dos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária marcada para 26 de junho.

ESTREIAS NA BOLSA
Fim da seca? Sem IPOs há dois anos, Brasil tem perspectiva de retomada para o segundo semestre, segundo EY. De acordo com estudo da consultoria, expectativa é de que as empresas estreantes na Bolsa em 2024 sejam lucrativas e de setores tradicionais.

TESOURO DIRETO DO MÊS
Vai investir no Tesouro Direto? Itaú, Santander e XP recomendam as “bolas da vez” em junho; saiba quais são os melhores títulos públicos. Com cenário de juros altos, pós-fixados atrelados à Selic estão entre as opções mais atrativas de investimentos para o mês, segundo analistas.

APÓS ELEIÇÕES
O “Tigre Maia” vai virar um gatinho? A primeira reação do mercado à nova presidente do México — e o que se pode esperar do futuro. Claudia Sheinbaum assumirá a presidência do país em outubro deste ano e já garantiu maioria esmagadora no Congresso.

Um forte abraço e boa quinta-feira!