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A extensão do rombo da Americanas (AMER3) em destaque no mercado

13 jan 2023, 8:31 - atualizado em 13 jan 2023, 8:36
Americanas
Americanas: As discussões seguem em torno da extensão do problema e das empresas e agentes que podem ser impactados (Imagem: André Torres/Money Times)

Depois que o mercado reagiu ao rombo de R$ 20 bilhões da Americanas (AMER3), fazendo com que a ação despencasse 75% no último pregão, as discussões seguem em torno da extensão do problema e das empresas e agentes que podem ser impactados.

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Acionistas

A queda das ações da Americanas na Bolsa mostrou que poucos investidores querem “pagar para ver” as consequências de um rombo de tamanha grandeza em uma varejista cuja rentabilidade já era questionada há tempos.

Em carta enviada a funcionários, Sergio Rial, agora ex-CEO da empresa, disse que a posição de caixa é sólida, com mais de R$ 8 bilhões.

Via (VIIA3)

Via (VIIA3) afirmou em nota ao mercado que as operações de risco sacado (convênio), um dos motivos para o rombo de R$ 20 bilhões da Americanas, estão registradas nas demonstrações financeiras em conformidade com as normas internacionais de contabilidade.

As ações da companhia registraram queda de 5% na véspera, em meio a discussões se outras empresas do setor estariam adotando as mesmas práticas contábeis da Americanas.

Magazine Luiza (MGLU3)

As ações da Magazine Luiza (MGLU3) abriram o último pregão em queda, contaminadas pela notícia da inconsistência fiscal, mas virou para alta e chegou a liderar o lado positivo do Ibovespa no dia.

Se em um primeiro momento a reação dos investidores foi a de achar que algo semelhante ao escândalo da Americanas poderia acontecer com o Magalu, a percepção passou a ser outra.

Guilherme Schunke Toledo, da mesa de operações da Amur Capital, afirmou que grandes fundos, que têm estratégia de alocação setorial, podem estar direcionando recursos para ação do Magazine Luiza.

Bancos

Já os bancos credores da Americanas pretendem perdoar a empresa por desrespeitar cláusulas restritivas de endividamento, o que provavelmente acontecerá devido às “inconsistências” contábeis que podem dobrar seu passivo.

BTG Pactual (BPAC11) e o Santander (SANB11) também eram destaques negativos no pregão de ontem. Segundo o Bradesco BBI, os bancos credores da Americanas podem ser levados a fazer uma baixa contábil.

Ambev (ABEV3)

As ações da Ambev (ABEV3) também tinham desempenho negativo no último pregão. Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, a empresa pode ser uma das vítimas do rombo da Americanas.

Isso porque a Ambev possui os mesmos acionistas controladores da varejista, e pode utilizar o mesmo método contábil em suas controladas. A 3G Capital é dona da Americanas e da Ambev.

FIIs

Nem os fundos imobiliários escaparam da mira das preocupações com a Americanas, o índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 fechou o pregão da última quinta-feira (12) em queda de 0,20%.

Isso porque alguns fundos alugam galpões logísticos e imóveis para a Lojas Americanas, como também tem papéis atrelados à companhia.

Confira os fundos impactados.

Repórter
Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
iasmin.paiva@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.