A estratégia do Mercado Livre para driblar benefício das concorrentes asiáticas
O Mercado Livre avalia estimular no Brasil as vendas “cross-border”, ou seja, enviadas por vendedores estrangeiros, informou O Globo. A ação seria uma resposta aos benefícios proporcionados pelo Remessa Conforme para nomes como Shein e AliExpress.
Em evento realizado nesta semana e acompanhado pelo periódico, Fernando Yunes, responsável pelo Mercado Livre no Brasil, defendeu a isonomia entre o varejo nacional e e-commerces estrangeiros, destacando que a isenção do imposto de importação para remessas de até US$ 50 gera um benefício para as concorrentes internacionais.
O Remessa Conforme, programa não obrigatório do governo que procura reduzir a quantidade de fraudes fiscais, passou a vigorar em 1º de agosto e prevê a isenção para remessas de até US$ 50 vindas de fora do país, com a cobrança de 17% de alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Até o momento, apenas a Sinerlog e AliExpress tiveram certificações emitidas e passam a de fato usufruir dos benefícios concedidos pelo programa.
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O plano do Mercado Livre
Ainda conforme O Globo, Yunes pontuou que a companhia gosta de trabalhar com vendedores locais, mas disse que o cenário pintado pela vantagem para e-commerces estrangeiros torna o incentivo à venda cross-border (enviadas por vendedores estrangeiros) uma alternativa a desenvolver.
O executivo destacou que, hoje, o volume desse tipo de venda no Brasil é desprezível, enquanto no México, representa 15% das vendas.
“A gente defende a isonomia entre internacionais e nacionais. A isenção do imposto de 60% para zero, nas nossas contas, gera um benefício para as internacionais. A gente acredita que o imposto de importação deve mudar e buscar uma isonomia, embora não volte para 60%. Se não, os estrangeiros terão vantagem diante dos locais”, afirmou o executivo, conforme O Globo.