Política

A empresários, Bolsonaro renova ataques a ministros do STF e informações falsas sobre eleições

14 jun 2022, 11:59 - atualizado em 14 jun 2022, 11:59
Jair Bolsonaro
O presidente criticou Fachin ao dizer, em tom de ironia, que nos morros do Rio de Janeiro, onde o magistrado disse que não se pode entrar, está “cheio de fuzil” (Imagem: Flickr/Alan Santos/PR)

O presidente Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira novos ataques e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em um evento com empresários e voltou a divulgar informações falsas sobre irregularidades jamais comprovadas em relação às eleições de 2014 e 2018.

Na abertura do Fórum de Investimentos Brasil 2022, em São Paulo, Bolsonaro disse não considerar justo que o ministro Edson Fachin, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esteja à frente do processo eleitoral mesmo tendo tirado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da cadeia.

Contudo, a decisão de revogar a prisão de Lula e posteriormente restituir os direitos políticos dele foram tomadas pelo plenário do STF.

O presidente criticou Fachin ao dizer, em tom de ironia, que nos morros do Rio de Janeiro, onde o magistrado disse que não se pode entrar, está “cheio de fuzil”.

“Parabéns, ministro Fachin, tremenda colaboração com a bandidagem, o narcotráfico”. Ele se referia indiretamente à decisão do magistrado –também confirmada por colegiado– que impediu operações policiais durante a pandemia.

Procurado, a assessoria do ministro informou que ele não vai se pronunciar.

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Quatro linhas

Bolsonaro novamente cobrou que se jogue dentro das quatro linhas da Constituição e insinuou que haveria magistrados que não estariam fazendo isso. Ele voltou a levantar suspeitas em relação ao processo eleitoral, citando o trabalhos dos militares.

“Nos dê uma chance de abrir os olhos e todo mundo se conscientizar de jogar dentro das quatro linhas da Constituição e quem estiver jogando fora –e tem naquela praça dos Três Poderes–, tem que vir para dentro das quatro linhas”, disse.

“O normal é um chefe do Executivo conspirar para permanecer no poder e não o contrário. Uma nota do ministro da Defesa com 23 itens, vale a pena ler, termina que é temerário concluirmos um processo eleitoral sob o manto da desconfiança. Eleições são questões de segurança nacional, olha a diferença, quem esperava isso de um militar um dia?”, questionou.

Repetições

O presidente afirmou erradamente e mais uma vez que o então candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, venceu as eleições de 2014 contra a petista Dilma Rousseff. Ele disse aos empresários que, mesmo sem conhecer de informática, tem “conhecimento técnico” de que isso teria ocorrido –o próprio Aécio já reconheceu várias vezes a derrota.

Bolsonaro também repetiu que teria garantido a eleição em 2018 já no primeiro turno –o que nunca conseguiu demonstrar com provas concretas.

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