A Eletrobras não é a Petrobras
Apesar de bastante lúcido e pé no chão, o discurso de Michel Temer durante a abertura da reunião do Conselhão nesta semana contou com um pouco de exagero. Em um certo momento, Temer disse o seguinte:
“A Petrobras foi o símbolo, digamos assim, do desajustamento empresarial, não é? Hoje é uma empresa ajustada. Tanto ajustada é, que o seu valor de mercado aumentou nesses quatro meses 145%. A Eletrobras, por exemplo, nesses quatro, cinco meses, o valor de mercado aumentou 245%. O Banco do Brasil, presidente Caffarelli, aumentou o valor de mercado em 98%”.
Calma, presida, a Eletrobras não dá para comparar assim. Ainda mais quando ela é colocada ao lado de outras empresas do setor. A estatal, por exemplo, distribui pouquíssimo em dividendos para os seus acionistas. Apenas 4% para quem têm as ações ELET6, por exemplo. É preciso concordar, contudo, que a nova gestão está no caminho de religar a empresa na tomada, mas o desafio é gigante após décadas de lambanças.
Em relatório de hoje, o Citi resume desta forma o investimento em ações da Eletrobras:
“Embora o plano de negócios objetive metas corretas, a realização de economias de custos e a venda de ativos é incerta. Entretanto, estas iniciativas parecem já estar no preço das ações nos níveis atuais. Mantemos nossa recomendação de venda”, afirma o analista Marcelo Britto.