A elétrica que se beneficiará com a tributação de dividendos
A tributação de dividendos provocou preocupação nos mercados, mas o cenário não irá atingir todas as empresas de maneira igual. Algumas podem, inclusive, se beneficiar da mudança proposta pelo Governo Federal.
E uma delas é a Alupar (ALUP11), aponta o Itaú BBA em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times. Segundo a corretora, a proposta atual favorece o crescimento em detrimento dos dividendos.
“Para Alupar, nós estimamos que o impacto positivo da redução do imposto de renda (12,5%) mais do que compensará o impacto negativo do imposto sobre dividendos e do fim do benefício fiscal dos juros sobre o capital próprio”, aponta.
A visão é diferente, porém, para a Transmissão Paulista (TRPL4) e a Taesa (TAEE11), cujo pagamento de proventos ficarão comprometidos com o impacto líquido negativo da reforma tributária.
Além disso, o BBA espera que a Alupar se beneficie da perspectiva dos preços elevados de energia, visto que tem 32% em volumes não contratados para 2021 e também para 2022.
Resultados
No segundo trimestre, a empresa lucrou R$ 323 milhões, alta de 320% ante mesmo período do ano passado, considerando os indicadores societários (IFRS).
Sem esse indicador, a alta do lucro foi de 58%, para R$ 79 milhões.
De acordo com o Inter Research, a companhia reportou bons resultados, com o segmento de transmissão, carro chefe da Alupar, apresentando boa evolução.
“Destacamos o empreendimento TCC, que entrou em fase comercial em mar/2021, agregando mais de R$ 45 milhões ao faturamento da companhia”, afirma.
Por outro lado, a geração vem sofrendo bastante desde 2020, prejudicando, em parte, os resultados operacionais da empresa.
“Embora o quadro se mantenha desafiador, os números reportados têm surpreendido positivamente, levando a um bom desempenho do segundo trimestre”, completa.
Houve ainda uma elevação de compra de energia elétrica, que somou R$ 48,7 milhões, elevação de 179%, em função da necessidade de comprar maior volume de energia para compensar o impacto da escassez hídrica.
“Como a compra foi a um preço médio (PLD) alto, isso impactou a geração de caixa do segmento de geração, que veio menor que no trimestre anterior, mas superior na comparação anual devido à forte expansão da receita com maiores volumes comercializados a melhores preços no mercado livre”, lembra o BB Investimentos.
Comprar ou vender?
O BB ressalta que as ações da Alupar têm apresentado estabilidade ao longo de 2021, amparado na previsibilidade de seu negócio.
“No entanto, acreditamos que o crescimento que está sendo materializado, com aumento de receita e geração de caixa a partir da aceleração dos inícios operacionais dos novos projetos, somado ao recente reajuste anual de parte de sua receita pelo IGP-M acumulado nos últimos 12 meses devem impulsionar o desempenho das ações no mercado ao longo do segundo trimestre”, argumenta.
O Inter também recomendou a compra dos papéis, afirmando que a ação tem um bom ponto de entrada.
Veja as recomendações:
Corretora | Recomendação | Preço-alvo | Potencial |
---|---|---|---|
Itaú BBA | Compra | R$ 35 | 45,80% |
BB Investimentos | Compra | R$ 31,8 | 32% |
Inter Research | Compra | R$ 30 | 25% |