A elétrica mais barata que a Taesa (TAEE11), resiliente e pronta para “despachar” dividendos
Elétricas levam fama de serem boas pagadoras de dividendos. Além disso, são consideradas resilientes, visto que os contratos são de longo prazo, ou seja, possuem a sua receita garantida.
Porém, algumas empresas têm vantagens sobre outras. Esse parece o caso da Alupar (ALUP11), ação que vem caindo nas graças de analistas.
O consenso de mercado da Reuters indica que entre 10 corretoras, nove recomendam compra da Alupar e apenas uma possui neutralidade.
Caso inverso tem a Taesa (TAEE11): oito recomendam venda e duas indicam neutralidade dos papéis. Nenhuma recomenda compra.
Mas por que tamanha discrepância?
Mudança de status da Alupar
Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, lembra que a Alupar passou por grandes mudanças nos últimos anos: deixou de ser uma empresa dependente da geração para incluir no portfólio mais ativos de transmissão.
“Esses projetos são bem mais seguros porque depois do investimento inicial para construir a infraestrutura, ela vai gerar receita e caixa, não importando se a energia está cara ou não”, argumenta.
Ele lembra que após anos de investimentos pesados, a empresa está muito perto de concluí-los, gerando caixa – e consequentemente dividendos.
“Isso vai dar uma confiança para o mercado. Depois que começar a pagar bastante dividendos, é possível que o mercado reprecifique as ações”, coloca.
Para Murilo Breder, analista da NuInvest, em um cenário macroeconômico mais desafiador, contar com uma empresa com essas características ajuda a proteger a carteira à medida que não apenas se tem a expectativa de um bom recebimento de proventos como ainda reduz a volatilidade média do portfólio.
Mais barata que Taesa
Breder calcula que o desconto das ações, sobre o múltiplo EV/RAP (valor da empresa sobre receita anual permitida), da Alupar sobre a Taesa é de 16%.
Komura lembra que quando se analisa a métrica EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) a Alupar negocia a 6,5 vezes para 2023 contra 11,8 vezes da Taesa e 9 vezes da Transmissão Paulista (TRPL3).
Mais dividendos por aí
Como dito anteriormente, a Alupar está pronta para soltar mais dividendos depois que a receita da transmissão de energia dos novos projetos entrar no caixa.
Outro ponto que pode gerar alegrias para os investidores é o payout, ou a porcentagem do lucro distribuída em forma de dividendos. Hoje, a política de dividendos da Alupar assegura a seus acionistas dividendo obrigatório de no mínimo 50% do lucro líquido ajustado.
Na visão de Breder, existe possibilidade desse patamar aumentar ainda mais ao longo do tempo à medida que a necessidade de reinvestimento vá diminuindo.
“Em companhias como Taesa e Transmissão Paulista, o payout já é de quase 100% e a Alupar tende a ir pelo mesmo caminho”, coloca.
O pagamento mais recente empresa teve um dividend yield de 4,6%. Para os próximos 12 meses, o consenso de mercado aponta para um dividend yield de 6%.
“A Alupar é a mais barata. Além do valuation atrativo, tem a expectativa de se tornar uma pagadora de dividendos ainda melhor”, diz Fernando Ferrer, analista da Empiricus.
Em levantamento de 20 corretoras, a Alupar recebeu seis indicações entre carteiras de dividendos.
Disclemer
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