Internacional

A economia em 2018 resumida em 14 gráficos, segundo o Banco Mundial

28 dez 2018, 6:19 - atualizado em 28 dez 2018, 9:27
(Banco Mundial)

De acordo com um artigo publicado por Donna Barne e Divyanshi Wadhwa, associadas do Banco Mundial, a taxa de extrema pobreza atingiu o menor nível em toda a História. Porém, estima-se que a concentração se dê em uma única região.

Paralelamente, um número recorde de pessoas estão sendo forçadas a saírem de suas casas. E, por mais que novas tecnologias estejam criando energias mais limpas ao planeta e conectando milhões de pessoas dentro do sistema financeiro, medidas para controlar o aquecimento global se tornam cada vez mais urgentes.

Para explicar esses e outros desafios que marcaram o ano – e que possivelmente continuarão repercutindo em 2019 -, Barne e Wadhwa resumiram 2018 em 14 gráficos. Confira:

1 – Quadro de extrema pobreza

Em 2015, ano em que saiu o dado mais recente sobre o assunto, o nível de extrema pobreza atingiu o menor nível já visto, ficando em 10%. Nas últimas três décadas, mais de um bilhão de pessoas saíram desse cenário alarmante e metade dos países do mundo conseguiram reduzir a taxa de extrema pobreza para menos de 3%.

Ainda assim, 736 milhões de pessoas se encontram nesse estado. A taxa de pobreza nas áreas mais frágeis e suscetíveis a conflitos e violência aumentou para 36% em 2015, e a tendência é que continue a subir.

2 – Extrema pobreza concentrada na África subsariana

O número de pessoas extremamente pobres concentradas na África subsariana vem aumentando, de 278 milhões em 1990 para 413 milhões em 2015. A região abriga 27 dos 28 países mais pobres, e é esperado que a Nigéria ultrapasse a Índia e se torne o país com mais pessoas em condições de extrema pobreza no mundo.

3 – 68,5 milhões de pessoas realocadas

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, o número de pessoas forçadas a saírem de seus países devido a conflitos, perseguições e violência bateu recorde. Cerca de 40 milhões de pessoas continuam vivendo em seus países de origem, enquanto que 25,4 milhões são refugiados.

O Líbano é a região com maior concentração per capita de pessoas refugiadas. Uma em cada quatro pessoas é um refugiado sírio, e 70% vive abaixo da linha da pobreza. Estima-se que nos últimos anos mais de três milhões de pessoas saíram da Venezuela por conta do agravamento da crise econômica do país. Dentre elas, mais de um milhão foi para a Colômbia.

4 – Aquecimento global em 1,5 °C

Segundo o relatório publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o mundo precisa reduzir drasticamente as emissões de carbono e repensar no uso de certas energias para manter em 1,5 °C o aumento da temperatura nos próximos anos.

Um estudo realizado pelo Banco Mundial estima que 100 milhões de pessoas podem cair na linha de extrema pobreza por conta das mudanças climáticas. Espera-se que migrações internas ocorram em diversas regiões do mundo, sendo as mais afetadas a África subsariana, o sul da China e a América Latina.

Em 3 de dezembro, o banco anunciou que iria dobrar para US$ 200 bilhões o valor de investimentos ligados a mudanças climáticas, apoiando países que estão tomando iniciativas para a criação de fontes renováveis.

Image

5 – Qualidade do ar

Nove em cada dez pessoas do mundo respiram ar poluído, segundo a Organização Mundial da Saúde. Estima-se que sete milhões de pessoas venham a falecer todo ano por conta da poluição do ar dentro e fora de casa. A maior concentração de mortes – quase 90% – deve ocorrer em países subdesenvolvidos e com baixo desenvolvimento.

6 – Dejetos

O tratamento e o descarte adequado do lixo são recursos exclusivos da maioria dos países desenvolvidos. Nos países com pouco desenvolvimento, 93% dos dejetos é queimado ou jogado em estradas, espaços abertos ou dutos.

7 – Sanitarização precária

Mais de 2,6 bilhões de pessoas vivem em condições de sanitarização inadequada nem água limpa para lavar ou beber, contribuindo para a má nutrição de milhões de crianças.

O banco mundial tirou US$ 10 bilhões do bolso para começar a investir em sanitarização, além de ter fechado uma parceria com a Fundação Bill & Melinda Gates para a adoção de recursos tecnológicos que minimizem o quadro.

8 – Níveis de educação ao redor do mundo

Existem, atualmente, diferenças dramáticas em relação a quanto as crianças estão aprendendo. A média em países com as melhores performances é de 600, enquanto os piores resultados estão por volta de 300, 100 abaixo do nível mínimo de proficiência.

Os motivos para tamanha discrepância são diversos: má saúde e nutrição das crianças em países com pouco desenvolvimento, poucos anos de escola, falta de profissionais qualificados nas salas de aula, fragilidade, conflitos e violência.

9 – Demanda por habilidades avançadas

Com o aumento da tecnologia, muitos trabalhos estão sendo substituídos por outros. As próprias exigências mudaram: quem deseja entrar no mercado de trabalho precisa mostras habilidades cognitivas avançadas, assim como bom comportamento social e facilidade em se adaptar.

10 – Mulheres no mercado de trabalho

Segundo um relatório realizado pelo Banco Mundial, 104 economias proíbem as mulheres de exercerem certas profissões e 59 não têm leis adequadas para prevenir o assédio contra a mulher dentro do ambiente de trabalho. Em 18 países, os maridos podem proibir que suas respectivas esposas deixem de trabalhar.

Apesar do quadro negativo, nos últimos dois anos, 85 governos aprovaram mais de 80 reformas legais para assegurar a inclusão da mulher no meio profissional.

11 – Empréstimos

Economias pouco desenvolvidas ou em processo de desenvolvimento triplicaram o valor de demanda de empréstimos. Em 2017, eram US$ 607 bilhões, US$ 181 bilhões a mais em relação ao ano anterior, de acordo com dados do International Debt Statistics. A dívida total aumentou 10% no mesmo período, chegando a US$ 7,1 trilhões.

O elevado nível da dívida global, somado com as recentes tensões comerciais, eleva os riscos, impedindo um quadro favorável de crescimento econômico e redução da pobreza.

12 – Populações urbanas

Até 2050, o número de pessoas vivendo em cidades será duas vezes maior do que o número de pessoas vivendo em zonas rurais. 90% da população urbana do mundo irá crescer em um mundo em desenvolvimento, sendo África e Ásia os continentes com maior aceleração do quadro.

O consumo nas cidades estará perto de dois terços de toda a energia consumida no mundo. As áreas urbanas também deverão registrar 70% de todas as emissões de gases de efeito estufa.

Metade da área urbanizada em 2050 ainda não foi construída. Isso quer dizer que as decisões e políticas a serem implantadas nos próximos 15 ou 20 anos irão moldar a forma como a população mundial viverá.

13 – Serviços financeiros

Atualmente, 69% dos adultos possuem uma conta ligada a uma instituição financeira ou serviço monetário via celular, segundo dados do Global Findex.

Um levantamento de 2017 também revelou que a falta de dinheiro e documentação, assim como a distância e os custos foram os principais fatores apresentados por quem está fora do sistema financeiro.

14 – Energia elétrica

A cada ano, 118 milhões de pessoas ganham acesso à energia elétrica. Desde 2010, 40 países conseguiram garantir acesso universal da fonte, dentre eles Bangladesh, Etiópia, Quênia e Tanzânia. A Índia, mais do que qualquer país, vem distribuindo acesso à eletricidade para mais de 30 milhões de pessoas por ano.

Apesar disso, um bilhão de pessoas – 13% da população mundial – continua vivendo sem energia elétrica, sendo que as maiores concentrações estão na África Subsariana e no Centro e no Sul da Ásia. 87% de toda a população que vive sem eletricidade vive em áreas rurais.

O Banco Mundial desembolsou US$ 1 bilhão para um novo programa global, que promete investir em armazenamento elétrico para sistemas de energia em países que se encontram em processo de desenvolvimento.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.